27/06/2008

Embriaguem-se

EMBRIAGUEM-SE
Charles Baudelaire

É preciso estar sempre embriagado. Aí está: eis a única questão. Para não sentirem o fardo horrível do Tempo que verga e inclina para a terra, é preciso que se embriaguem sem descanso.

Com quê? Com vinho, poesia ou virtude, a escolher. Mas embriaguem-se.

E se, porventura, nos degraus de um palácio, sobre a relva verde de um fosso, na solidão morna do quarto, a embriaguez diminuir ou desaparecer quando você acordar, pergunte ao vento, à vaga, à estrela, ao pássaro, ao relógio, a tudo que flui, a tudo que geme, a tudo que gira, a tudo que canta, a tudo que fala, pergunte que horas são; e o vento, a vaga, a estrela, o pássaro, o relógio responderão: "É hora de embriagar-se! Para não serem os escravos martirizados do Tempo, embriaguem-se; embriaguem-se sem descanso". Com vinho, poesia ou virtude, a escolher.

26/06/2008

a mídia e o Governo Lula

Por que o governo Lula perdeu a batalha da comunicação
E como a Globo definiu a narrativa dominante e única da crise do mensalão. A central de Brasília, dizem jornalistas que trabalharam no sistema Globo, formou uma espécie de "gabinete de crise" com líderes da oposição do qual faziam parte ACM Neto e Paes de Andrade. Fechar a Radiobrás foi o ato síntese de todos os grandes erros na política da comunicação do governo Lula. A análise é de Bernardo Kucinski.

Bernardo Kucinski - Agência Carta Maior

A mídia na era Lula deixou de funcionar como mediadora da política, passando a atuar diretamente como um partido político de oposição. Apesar de disputarem agressivamente o mercado entre si, há mais unidade programática hoje entre os veículos da mídia oligárquica do que no interior de qualquer partido político brasileiro, até mesmo partidos ideológicos como o PT e o PSOL. Todos os grandes veículos, sem exceção, apóiam as privatizações, a contenção dos gastos públicos, a redução de impostos; a obtenção de um maior superávit primário, a adesão do Brasil à ALCA; todos são críticos à criação de um fundo soberano, ao controle na entrada de capitais, ao Bolsa Família, à política de cotas nas universidades para negros, índios e alunos oriundos da escola pública, à entrada de Venezuela no Mercosul e ao próprio Mercosul. Todos criticam o governo sistematicamente, em todas as frentes da administração, faça o governo o que fizer ou deixar de fazer.

Na campanha da grande imprensa que levou Vargas ao suicídio, o governo ainda contava com o apoio da poderosa cadeia nacional de jornais Última Hora. Hoje, não há exceção entre os grandes jornais. Outra diferença desta vez é a adesão ampla de jornalistas à postura de oposição, e sua disseminação por todos os gêneros jornalísticos tornando-se uma sub-cultura profissional. Emulada por editores, prestigiada por jornalistas bem sucedidos e comandada pelos intelectuais orgânicos das redações, os colunistas, essa sub-cultura é dotada de um modo narrativo e jargão próprios.

Em contraste com o jornalismo clássico, que trabalha com assertivas verazes para esclarecer fatos concretos, sua narrativa não tem o objetivo de esclarecer e sim o de convencer o leitor de determinada acusação, usando como fio condutores seqüências de ilações. É ao mesmo tempo grosseira na omissão inescrupulosa de fatos que poderiam criar outras narrativas , e sofisticada na forma maliciosa como manipula falas, datas e números. O enunciador dessa narrativa conhece os bastidores do poder e não precisar provar suas assertivas. VEJA acusou o PT de receber dinheiro de Cuba, admitindo na própria narrativa não ter provas de que isso tenha acontecido. Em outra ocasião, justificou a acusação alegando não haver nenhuma prova de que aquilo não havia acontecido.

Trata-se de uma sub-cultura agressiva. Chegam a atacar colegas jornalistas que a ela se recusaram a aderir , criando nas redações um ambiente adverso a nuances de interpretação ou divergências de análise. O meta-sentido construído por essa narrativa é o de que o governo Lula é o mais corrupto da história do Brasil, é incompetente, trapalhão, só tem alto índice de aprovação porque o povo é ignorante ou se deixa levar pelo bolso, não pela cabeça.

Levantam como principal bandeira o repúdio à corrupção. Mas como quase todo o moralismo em política, trata-se de mais uma modalidade de falso moralismo: é o "moralismo dirigido" que denuncia os " mensaleiros do PT" e deixa pra lá o valerioduto dos tucanos, onde tudo de fato começou, e mais recentemente o escândalo do Detran de Yeda Crusius, no Rio Grande do Sul onde tudo continua. É " moralismo instrumental", que visa menos o restabelecimento da ética e mais a destruição do PT e do petismo.

O que poucos sabem é que essa sub-cultura se tornou dominante graças a uma mãozinha da Globo. Quando foi revelada em fevereiro de 2004 a propina recebida dois anos antes por Waldomiro Diniz, sub-chefe da assessoria parlamentar da Casa Civil do governo Lula, a Globo vislumbrou a oportunidade de uma ofensiva de caráter estratégico: cortar o barato do petismo e de sua ameaça de governar o Brasil por 40 anos. Com esse objetivo, mudou o modus operandi do seu jornalismo político. Logo depois das denúncias de Roberto Jefferson, criou uma central de operações, em Brasília, unificando as coberturas de política da TV, CBN e jornal O Globo sob o comando de Ali Kamel, que para isso se deslocou para Brasília.

Em quase todas as campanhas eleitorais os grandes jornais criam uma instância adicional de decisão sob o comando de alguem de confiança da casa, que passa a centralizar toda a cobertura política. A central coordenada por Ali Kamel em Brasília reflete essa passagem de um jornalismo normal para um jornalismo de campanha, apesar de não estar em curso uma campanha eleitoral.

A central de Brasília, dizem jornalistas que trabalharam no sistema Globo, formou uma espécie de "gabinete de crise" com líderes da oposição do qual faziam parte ACM Neto e Paes de Andrade, pautando-os e por eles se pautando. Vários jornalistas faziam parte da operação, cada um encarregado de uma "fonte" da oposição. Tinham a ordem de repercutir junto àquela fonte, todos os dias, falas e acusações, matérias do dia anterior, entrevistando sempre os mesmos protagonistas: Heloísa Helena, ACM Neto, Gabeira , Onix Lorenzoni. No dia seguinte, os jornais davam essas falas em manchete, como se fosse fatos. Assim surgiu todo um processo de construção de um relato da crise destinado a se tornar a narrativa dominante e única.

A VEJA lançara sua própria operação de objetivos estratégicos muito antes. Entre 2003 e 2006, VEJA produziu 50 capas contra Lula , sendo 18 delas consecutivas.

Quando surgiu a fita de Waldomiro Diniz, a revista revelou esse objetivo em ato falho : "Os ares em torno do Palácio tinham na semana passada sabor de fim de governo."

Na Globo, a operação encontrou resistências internas de jornalistas que ainda lambiam as feridas provocadas pelo falseamento do debate Collor- Lula, e da cobertura da campanha das Diretas Já. Deu-se então a marginalização de Franklin Martins da cobertura política. Esse afastamento teve grande importância porque institui no corpo de jornalistas a sensação de insegurança e o medo, necessários para a imposição da nova ordem. "Sua saída foi um baque", avaliou Luiz Nassif em entrevista a Forum.

Com o vazamento de informações sobre o clima interno de intolerância, em especial uma reportagem de Raimundo Pereira em Carta Capital, e matérias críticas em blogs e no site Carta Maior, a cúpula jornalística da empresa mandou circular um manifesto cobrando lealdade à casa. Três jornalistas que se recusaram a assinar foram expurgados.

Da Globo o expurgo respingou a outros veículos da grande imprensa. O último capítulo desse processo foi a não renovação do mandato do Ombudsman da Folha, Mário Magalhães por criticar na internet a forma como a Folha reportou o vazamento dos gastos do governo FHC com cartões corporativos. Apontou falta de transparência por não indicarem as fontes da acusação de que Dilma Roussef foi a mandante, e a falha de não ouvir os causados. No caminho também perdeu seu espaço Paulo Henrique Amorim. Mino Carta, em solidariedade, desligou-se do IG.

Na campanha contra Getúlio a sobre-determinante era a guerra-fria, que desqualificava o nacionalismo e as demandas sindicais como meros instrumentos do comunismo. Hoje a sobre-determinante é o neoliberalismo que desqualifica opções de política econômica em nome de uma verdade única à qual é atribuído o monopólio da eficácia. A unanimidade anti-Lula da grande mídia só tem paralelo na unanimidade pró-neoliberal dessa mesma mídia.

Mas temos um paradoxo. O governo Lula tem mantido religiosamente seu acordo estratégico com o capital financeiro, que é o setor dominante hoje no capitalismo mundial e brasileiro. E apesar do vasto leque de políticas públicas de apoio aos pobres, não brigou com nenhum dos outros grupos de interesses do grande capital. Por que então tanta hostilidade da mídia? É como se a grande mídia agisse por conta própria, pouco ligando para a dupla capital financeiro-capital agrário e na qual se apóia.

É uma mídia governista, ou "áulica", na adjetivação de Nelson Werneck Sodré, quando o governo faz o jogo da dependência, como foram os governos de Dutra, Café Filho, Jânio Quadros e Fernando Henrique. E anti-governista, quando os governos são portadores de projetos de autonomia nacional, como foram os governos de Getúlio, Juscelino, que rompeu com o FMI, Jango e agora o de Lula.

Uma mídia que já nasceu neoliberal, muito antes do neoliberalismo se impor como ideologia dominante e organizativa das políticas públicas. Nunca aceitaram o Estado que chamam pejorativamente de "populista". Em artigo recente na Folha, Bresser Pereira associou diretamente o discurso da mídia contra o populismo e sua inclinação pelo golpe à nossa extrema pobreza e polarização de renda. "Como a apropriação do excedente econômico não se realiza principalmente por meio do mercado mas do Estado, a probabilidade de que facções das elites recorram ao golpe de Estado quando se sentem ameaçadas é sempre grande." Diz ainda que nossas elites "estão quase sempre associadas às potências externas e às suas elites." Daí, diz ele "O que vemos na imprensa, além de ameaças de golpe é o julgamento negativo dos seus governantes..."

A incompatibilidade entre governos populares portadores de projetos nacionais e a mídia oligárquica é de tal ordem que muitos desses governantes tiveram que jogar o mesmo jogo do autoritarismo, para dela se proteger. Getulio criou a Hora do Brasil como programa informativo de rádio para defender a revolução tenentista contra a oligarquia ainda em 1934, quando o regime era democrático, fundado na Constituição de 34. No Estado Novo foi ao extremo de instituir a censura previa através criando o Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP). No seu retorno democrático, estimulou Samuel Wainer a criar sua cadeia Última Hora.

Estas reflexões, se têm algum fundamento, mostram como foi equivocada a política de comunicação do governo Lula, a começar por não atribuir à comunicação e às relações com a mídia o mesmo peso estratégico que atribuiu às suas relações com a banca internacional. Nem sequer havia um comando único para a comunicação, que sofreu um processo de feudalização. Só na presidência, três feudos disputavam espaço: a Secom, o Gabinete do Porta-Voz e Assessoria de Imprensa. Fora dela, dois ministérios definiam políticas públicas na esfera da comunicação: Ministério das Comunicações e Ministério da Cultura.

Propostas longamente discutidas ainda no âmbito dos grupos de jornalistas do PT, e pelos funcionários da Radiobrás, não foram sequer discutidas. Nesse vazio, o único grande aparelho de comunicação social do governo, o sistema Radiobrás acabou embarcando numa política editorial chamada de "comunicação cidadã", que tinha como preocupação fundamental e explícita a de dissociar-se do governo do dia. O que é pior: despojava a Radiobrás de sua atribuição formal de sistema estatal de comunicação. Isso num momento histórico que exigia, ao contrário, reforçar o sistema estatal de comunicação.

Pouco experiente em jornalismo político, a equipe não conseguiu resolver de forma criativa a contradição entre fazer um jornalismo veraz de qualidade e politicamente relevante, e ser ao mesmo tempo um serviço estatal de comunicação. Com definições opacas, que nada acrescentavam ao que se entende por jornalismo, acabaram desenvolvendo um jornalismo de tipo alternativo, parecido ao que fazem as ongs e movimentos sociais.

A importante mudança do papel da Radiobras nunca foi discutida no Conselho da Radiobrás. O corpo da Radiobrás chegou a se entusiasmar com a idéia sempre simpática a jornalistas, mas simplória, de deixar de ser "chapa-branca", mas acabou não havendo muita harmonia entre a nova direção e as bases. Uma apregoada "gestão participativa", ficou mais no papel do que na prática.

Em minucioso relatório sobre as conquistas da Radiobrás perto do final do primeiro mandato, o presidente do Conselho enumerou os muitos avanços técnicos, mas apontou que a Radiobrás havia criado uma outra missão e outro papel para si, sem discutir essas mudanças previamente com o próprio governo. Também apontou ser falso o debate que contrapõe comunicação de caráter oficial com o direito do cidadão à boa informação.

Mais equivocada ainda foi a proposta de acabar com a obrigatoriedade da Voz do Brasil, formulada pela direção da Radiobrás logo no primeiro ano do mandato de Lula, a partir dos conceitos neoliberais de que o Estado não faz parte da esfera pública e a liberdade de imprensa do baronato da mídia é a própria liberdade de imprensa. A Radiobrás chegou a co-patrocinar no anexo II da Câmara dos Deputados, junto com os Mesquitas, um seminário para apoiar a flexibilização da Voz do Brasil.

Essa mesma visão ingênua levou a Radiobrás a adotar como sua e como se fosse a única possível, a narrativa da grande imprensa na grande crise do mensalão, que como vimos foi em grande parte articulada entre o sistema Globo e a oposição. Embora só hoje se saibam alguns detalhes dessa operação, as forçadas de barra no noticiário e nas manchetes eram discerníveis a qualquer jornalista experiente.

Naquele momento, a Radiobrás era o único sistema de comunicação social capaz de criar uma narrativa realmente independente da crise, que sem ser chapa branca também não fosse submissa à articulação comandada pela Globo. Mas quando veio a crise, seu projeto editorial entrou em parafuso. Mais do que isso: a crise traumatizou a direção da empresa que viu ruir a bandeira ética do PT, sob a qual muitos deles cresceram, formaram-se e criaram sua identidade pública. Só um estado catatônico poderia explicar o fato da Radiobrás dar ao vivo e na íntegra o depoimento de Roberto Jefferson de junho de 2005 como se quisesse se colocar à frente do sistema Globo. No momento crucial da crise cortou um discurso de Lula em Luziania, o que nem a Globo fez.

Foi a fase em que manchetes da Agência Brasil rivalizavam com as da grande imprensa na espetacularização da crise e na disseminação de noticias infundadas. Entre essas manchetes está a acusação nunca comprovada do dia de renuncia de Zé Dirceu (16/06/05) : "Ex-agente do SNI diz que Casa Civil está envolvida nas provas dos correios". E a noticia falsa de que "Miro Teixeira confirmou as acusações de Jeffersson", dada no mesmo dia 21/06/05 em que até a grande imprensa admitia que Miro Teixeira não havia confirmado essas acusações. Mesmo sem atentar para a dimensão política desse tipo de noticiário, sua fragilidade era incompatível com o padrão que se espera de uma comunicação de Estado.

Outras manchetes meramente reproduziam falas de líderes da oposição: "Nada poderá restringir nosso trabalho na CPI", diz líder do PFL (17/056/05) ou "PFL e PSDB alegam que PT violou legislação (22/06/05). A Radiobrás, sem perceber, havia entrado no esquema orquestrado por Ali Kamel. Naquele momento nascia o processo de colonização da comunicação de governo e do Estado pelo ideário liberal-conservador , que acabou levando ao fechamento intempestivo da própria Radiobrás.

Fechar a Radiobrás foi o ato síntese de todos os grandes erros na política da comunicação do governo Lula. Ademais, ao fechar a Radiobrás o governo violou a Constituição que manda coexistirem os três sistemas; púbico, privado e estatal. E não é à toa que a Constituinte cidadã assim decidiu. Como sabemos, diversas vezes a grande mídia latino-americana apoiou golpes de Estado, algo inimaginável nas democracias dos países centrais. Ter um sistema estatal de comunicação minimamente funcional , com credibilidade e legitimidade junto à população é uma espécie de apólice de seguro contra golpes de Estado.

O governo lidou com a comunicação como se a nossa democracia fosse igualzinha à democracia americana. Mas o que vale para os Estados Unidos da América pode não valer para o Brasil. O Estado americano não tem uma Radiobrás ou uma Voz do Brasil porque nunca sofreu um golpe midiático, mas tem a Voice of America para defender seus interesses imperiais. O Estado brasileiro não contempla interesses imperiais, mas precisa se defender do golpismo e das pressões externas sobre a Amazônia. Por isso precisa de uma Radiobrás e de uma Voz do Brasil.

23/06/2008

amizade e indiferença

"Há amigos de oito dias e indiferentes de oito anos".


(Machado de Assis em "Ressurreição")

Senhora Sarkosy

Estava eu lendo minha CLAUDIA de junho, quando eis que me deparo com uma matéria sobre a Carla Bruni, cantora-modelo-milionária atualmente esposa do presidente da França (Sarkosy).
Uma história surpreendente de uma mulher polêmica, mas que - inegavelmente - nunca deixou de fazer o que quis pra agradar a quem quer que fosse. Admirável essa firmeza de caráter em uma pessoa pública, mesmo que possamos discordar de algumas de suas atitudes.
Mas deliciosa mesmo foi a frase de sua autoria, que não pude deixar de registrar aqui:

"Todos sabem que maridos não são roubados; você tem ou não tem competência para segurar o seu"


Não é fantástica?

Eu achei!

desenferrujando a cabeça

Depois de um período de "ócio mental" longe dos estudos, hoje voltei a estudar!!!
Fui aceita em um curso à distância sobre Mercosul, promovido pelo governo argentino e voltado a funcionários de governos locais.
Parece ser bem interessante. Passei mais de uma hora navegando pela plataforma e parece que estou me saindo bem.
Que bom que estou conseguindo retornar à ativa, ainda mais com esse tema que me é muito interessante e também sevirá como preparação para a minha prova do Rio Branco.
Tô feliz!

SAWABONA e SHIKOBA

SAWABONA e SHIKOBA
Texto de Flávio Gikovate
(Médico Psicanalista)


Não foi apenas o avanço tecnológico que marcou o inicio deste milênio. As relações afetivas também estão passando por profundas transformações e revolucionando o conceito de amor.

O que se busca hoje é uma relação compatível com os tempos modernos, na qual exista individualidade, respeito, alegria e prazer de estar junto, e não mais uma relação de dependência, em que um responsabiliza o outro pelo seu bem-estar.

A idéia de uma pessoa ser o remédio para nossa felicidade, que nasceu com o romantismo, está fadada a desaparecer neste início de século.

O amor romântico parte da premissa de que somos uma fração e precisamos encontrar nossa outra metade para nos sentirmos completos. Muitas vezes ocorre até um processo de despersonalização que, historicamente, tem atingido mais a mulher. Ela abandona suas características, para se amalgamar ao projeto masculino. A teoria da ligação entre opostos também vem dessa raiz: o outro tem de saber fazer o que eu não sei. Se sou manso, ele deve ser agressivo,e assim por diante. Uma idéia prática de sobrevivência, e pouco romântica, por sinal.

A palavra de ordem deste século é parceria. Estamos trocando o amor de necessidade, pelo amor de desejo. Eu gosto e desejo a companhia, mas não preciso, o que é muito diferente. Com o avanço tecnológico, que exige mais tempo individual, as pessoas estão perdendo o pavor de ficar sozinhas, e aprendendo a conviver melhor consigo mesmas. Elas estão começando a perceber que se sentem fração, mas são inteiras.
O outro, com o qual se estabelece um elo, também se sente uma fração. Não é príncipe ou salvador de coisa nenhuma. É apenas um companheiro de viagem.

O homem é um animal que vai mudando o mundo e depois tem de ir se reciclando, para se adaptar ao mundo que fabricou.

Estamos entrando na era da individualidade, o que não tem nada a ver com egoísmo.
O egoísta não tem energia própria; ele se alimenta da energia que vem do outro,
seja ela financeira ou moral. A nova forma de amor, ou mais amor, tem nova feição e significado. Visa a aproximação de dois inteiros, e não a união de duas metades.
E ela só é possível para aqueles que conseguem trabalhar sua individualidade.

Quanto mais o indivíduo for competente para viver sozinho, mais preparado estará para uma boa relação afetiva. A solidão é boa, ficar sozinho não é vergonhoso. Ao contrário, dá dignidade à pessoa. As boas relações afetivas são ótimas, são muito parecidas com o ficar sozinho, ninguém exige nada de ninguém e ambos crescem.

Relações de dominação e de concessões exageradas são coisas do século passado. Cada cérebro é único. Nosso modo de pensar e agir não serve de referência para avaliar ninguém.

Muitas vezes, pensamos que o outro é nossa alma gêmea e, na verdade, o que fizemos foi inventá-lo ao nosso gosto.

Todas as pessoas deveriam ficar sozinhas de vez em quando, para estabelecer um diálogo interno e descobrir sua força pessoal. Na solidão, o indivíduo entende que a harmonia e a paz de espírito só podem ser encontradas dentro dele mesmo,e não a partir do outro. Ao perceber isso, ele se torna menos crítico e mais compreensivo quanto às diferenças, respeitando a maneira de ser de cada um.

O amor de duas pessoas inteiras é bem mais saudável. Nesse tipo de ligação, há o aconchego, o prazer da companhia e o respeito pelo ser amado.

Nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém. Algumas vezes temos de aprender a nos perdoar a nós mesmos...

Caso tenha ficado curioso(a) em saber o significado de SAWABONA, é um cumprimento usado no sul da África quer dizer: “Eu Te respeito, eu te Valorizo, você é importante pra mim”.

Em resposta, as pessoas dizem SHIKOBA que é: "Então eu existo pra você”

19/06/2008

ao contrário

De vez em quando ela fala coisa com coisa...


Tudo ao contrário
(Danuza Leão)

O caminho mais curto para o coração de um homem passa pela mesa, dizem. Mas esse é também o caminho mais curto para a separação, pois, freqüentemente, as coisas costumam ser o contrário do que dizem.

A compreensão e a tolerância são qualidades que os homens apreciam na esposa e que contribuem para a estabilidade de um casamento – certo? Em termos. De quantos casos você já ouviu falar de homens charmosos, casados com mulheres de péssimo gênio, que por qualquer bobagem rodam a baiana – e eles ali, na rédea curta, sem nem olhar para o lado?

Outra qualidade muito bem conceituada é estar sempre de bom humor – certo? Errado. Se você prestar atenção vai perceber que a bem-humorada é assim da porta da casa para fora; quando estão só os dois, ela bota as unhinhas de fora e vira uma autoritária daquelas de filme. Aliás, cuidado com as mulheres dóceis. Assim que encontram um homem distraído, elas descontam em cima dele a falsa docilidade que tiveram pela vida toda.

Mas, voltando aos caminhos: um que leva qualquer casal à delegacia é quando a nora fica amiga demais da sogra. Não há homem que tolere, sogra e nora nasceram para brigar eternamente como cão e gato, para que a vida siga seu curso normal e os casais possam viver felizes para sempre.

Outra coisa intolerável: ser, para os filhos do primeiro casamento do marido, uma segunda mãe. As crianças vão odiá-la e acabar jogando na sua cara a famosa frase “Você não é minha mãe”, o que é verdade.

Aquela idéia de virar uma cozinheira de mão cheia também é perigosa: quanto mais se pensa em panelas, menos se pensa em outras coisas – aquelas. Cheiro de tempero é ótimo, mas tem sua hora e sobretudo seu lugar – de preferência, num excelente restaurante em Paris. Se o seu namorado é um intelectual, cuidado para não virar uma também, pois as pessoas amam seus contrastes. Quem não se lembra do filme ANJO AZUL, com Marlene Dietrich, em que um velho professor fica louco pela cantora de cabaré? Quanto mais intelectual, mais vidrado nas moças que saem na PLAYBOY – e há quem jure que a mais completa coleção da revista se encontra na Academia Brasileira de Letras.

É claro que se deve, no fundo da alma, ter todas as boas qualidades que aprendemos em criança, mas não é preciso demonstrá-las. Seus pensamentos não podem ser revelados, suas virtudes não devem ser demonstradas, e quem quiser ter sossego não tem de achar nada, nunca, sobre nada.

Como você sabe – ou um dia vai saber –, muitas vezes a vida é exatamente o contrário do que se pensa. As supostas vítimas são os verdadeiros algozes, as pessoas que vivem às gargalhadas são geralmente as mais deprimidas, os piores quase sempre são bem recompensados e quem cobiça a mulher do próximo geralmente se dá bem. Conclusão: nunca acredite no que ouve, nem mesmo em frases consagradas como: “Não basta à mulher de César ser honesta – é preciso parecer honesta”.

Na vida real, vale o contrário: você pode – e até deve – ser honesta, mas parecer, jamais. Os homens adoram viver perigosamente; por isso, para fazer seu marido feliz, deixe que ele pense que a qualquer hora pode perdê-la. Assim a vida fica mais vibrante, cheia de fortes emoções, e é isso que todas nós queremos.

Danuza Leão na Claudia de junho

17/06/2008

sorte na vida

Comprei um presente de Dia dos Namorados com tanto amor e com tanto carinho para o meu bem, que até me deu sorte... Hoje recebi uma ligação dizendo que o cupom que preenchi na loja, no ato da compra, foi sorteado...
Tanta coisa boa acontece em minha vida quando estou com meu amor... que só posso aumentar um pouquinho mais a trilha sonora da nossa vida...


Sorte
(Celso Fonseca e Ronaldo Bastos)

Tudo de bom que você me fizer
Faz minha rima ficar mais rara
O que você faz me ajuda a cantar
Põe um sorriso na minha cara...

Meu amor, você me dá sorte
Meu amor!
Você me dá sorte meu amor!
Você me dá sorte
Na vida!...

Quando te vejo não saio do tom
Mas meu desejo já se repara
Me dá um beijo com tudo de bom
E acende a noite na Guanabara...

Meu amor, você me dá sorte
Meu amor!
Você me dá sorte meu amor!
Você me dá sorte
De cara!...

Tudo de bom que você me fizer
Faz minha rima ficar mais rara
O que você faz me ajuda a cantar
Põe um sorriso na minha cara...

Meu amor!
Você me dá sorte meu amor!
Você me dá sorte meu amor!
Você me dá sorte na vida!...

Quando te vejo não saio do tom
Mas meu desejo já se repara
Me dá um beijo com tudo de bom
E acende a noite na Guanabara...

Meu amor!
Você me dá sorte meu amor!
Você me dá sorte meu amor!
Você me dá sorte
De cara!
(Na vida!)(De cara!)
(Na vida!)...

Meu amor!
Você me dá sorte!
Meu amor!...

13/06/2008

comemoração perfeita

A comemoraração de Dia dos Namorados em Ribeirão Preto foi PERFEITA.

Tenho a impressão de que meu namorado é aquele famoso "namorado perfeito".

Que sorte a minha!!!

12/06/2008

10/06/2008

autor e leitor

Minhas andanças pela Feira do Livro de Ribeirão no último final de semana me fizeram refletir sobre algumas coisas.
Por exemplo, aquela história do "pra quem se escreve".
Fiquei vendo quantos livros havia na feira - alguns provavelmente não foram lidos nem pelos parentes dos autores, coitados - sem contar os livros que nem sequer foram escolhidos pra ir à Feira... Fico imaginando quantos autores investem seu tempo e suas melhores palavras, se esmeram no que escrevem, capricham, lêem, relêem... sempre imaginando mesmo o efeito que causarão e até a expressão da face dos leitores que escolherão seu livro pra ler, onde ele será lido, quais as frases que serão grifadas como referências importantes... imaginando quantos benefícios farão às pessoas que lerão suas obras... e esses autores, coitados... NÃO SÃO LIDOS!
Da mesma forma, quantos escritores anônimos, que escrevem pra si mesmos, sem a menor pretensão de que seus escritos venham a ser lidos por outros... e... descobrem que SÃO LIDOS!
Há pessoas que escrevem pra si próprias, pois escrevendo elas conseguem pôr em ordem seus pensamentos, refletir sobre coisas que somente pensando nem sempre se desenvolvem - mas que ao serem jogadas no papel acabam desenvolvendo linhas de raciocínio e outros pensamentos inusitados - e isso lhes faz tão bem que elas simplesmente ESCREVEM. E eu fiquei pensando quantas dessas pessoas, despretensiosas escritoras anônimas, teriam seus escritos buscados e lidos por outros mesmo sem se esforçar para que isso aconteça - ao menos por pessoas de seu círculo de amizade e que gostam de ler seus textos!
Antigamente eram os diários que guardavam os segredos mais íntimos, os pensamentos mais individuais e profundos dos seres. E naquela época já havia os "ladrões de diário": aqueles leitores ávidos que xeretavam nos escritos de outrem só por curiosidade ou mesmo para tentar entender melhor seus pensamentos...
Hoje em dia existem os blogs. Claro que nos blogs não são revelados segredos mirabolantes, mas mesmo assim é interessante perceber que as pessoas se interessam por aquilo que se escreve num blog. Mesmo que o conteúdo seja algo extremamente pessoal e não tenha real utilidade nenhuma pra mais ninguém...
A minha pergunta é: o que faz com que um texto (ou autor) seja mais digno de interesse e procura de leitores do que outros?
Divagações lingüístico-literárias...
Será que tô sentindo falta do curso de Letras?

09/06/2008

Hoje é dia de Jorge

Com esse nome pouco chamativo apresentou-se, ontem à noite, no palco da Esplanada do Teatro Pedro II, Ribeirão Preto, aquela que talvez seja A grande revelação do ano para a minha humilde pessoa: rendi-me aos 5 rapazes (trompetista, saxofonista, baixista, pianista e baterista) que fizeram um show de derrubar queixo dos gostos mais exigentes musicalmente.
Música instrumental de PRIMEIRÍSSIMA QUALIDADE, como há muito eu não via e ouvia!
Foi de emocionar, realmente, o passeio que eles deram entre jazz, blues, salsa, choro...
Espero que eu tenha mais muitas oportunidades de vê-los. Gente batalhadora... músicos valorosos que enchem o coração da gente com sua música maravilhosa. Fantásticos!

tempo e jabuticabas

Recebi o texto abaixo da amiga Mara Donato, por email.
AMEI, de paixão!
E encaixou como uma luva em meu momento atual: ando muito reflexiva a respeito de meu futuro, pois sinto que em breve terei que tomar decisões-chave que mudarão meu rumo mais uma vez...
No fundo já está tomada a decisão: tudo começa a ter um olhar de despedida... A cada opinião que recolho me convenço um pouquinho mais de que estou pensando corretamente.
Tenho certeza de que Deus me iluminará - como sempre fez! - e que ao final tudo se assentará - mesmo que a curto prazo a tal decisão torne minha vida um tanto turbulenta. Por enquanto me delicio com esse texto ótimo - queria ter sido eu a tê-lo escrito!


SOBRE TEMPO E JABUTICABAS
(autor desconhecido)

Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui
para frente do que já vivi até agora. Sinto-me como aquele menino que
ganhou uma bacia de jabuticabas. As primeiras ele chupou displicente,
mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço.

Já não tenho tempo para lidar com mediocridades.

Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados.
Não tolero gabolices.
Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem
eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.

Já não tenho tempo para projetos megalomaníacos.

Não participarei de conferências que estabelecem prazos fixos para
reverter a miséria do mundo. Não quero que me convidem para eventos de
um fim de semana com a proposta de abalar o milênio.

Já não tenho tempo para reuniões intermináveis para discutir
estatutos, normas, procedimentos e regimentos internos.

Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas que, apesar
da idade cronológica, são imaturas.

Não quero ver os ponteiros do relógio avançando em reuniões de
'confrontação', onde 'tiramos fatos a limpo'.
Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo majestoso cargo
de secretário geral do coral.

Lembrei-me agora de Mário de Andrade que afirmou: 'as pessoas não
debatem conteúdos, apenas os rótulos'.
Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência,
minha alma tem pressa...

Sem muitas jabuticabas na bacia, quero viver ao lado de gente humana,
muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com
triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua
mortalidade e defende a dignidade dos marginalizados.

Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade, desfrutar desse amor
absolutamente sem fraudes, nunca será perda de tempo.

O essencial faz a vida valer a pena.

alegria particular

"Não há alegria pública
que valha uma boa alegria particular"

(Machado de Assis em "Memorial de Aires")

Ouro pra mim

Como é doce a sensação de ter encontrado o amor da vida da gente...
Cada minutinho que passo com o meu amor me faz perceber que é ao lado dele que quero passar cada instantinho da minha vida, dividindo todos os sucessos, as expectativas, as angústias... Tudo, tudo...
Nada como ter vontade de dar e receber carinho o tempo todo... Vontade de simplesmente ESTAR JUNTO.

Então, para celebrar tudo isso - em plena semana dos Namorados - segue abaixo uma letra de música que diz muito disso que estou sentindo - e que espero que dure muito, muito tempo.


É Ouro Para Mim
(Peninha)- Interpretada por Renata Arruda

Tudo junto no meu caso rolou de uma vez só
De repente o que era já não era mais
Mudou tudo no amor
Outra cara
Outra forma de ver e sentir
O que antes eu não entendia
Agora é ouro pra mim
A cabeça mudou
Outra cara
Eu tô fora e não vou mais sair
O que eu não precisava
Agora é preciso
Amor é assim
Lindo
Tô que nem criança
Tô de alma limpa
Com você por perto
Vou mais longe ainda
Hoje eu quero luz de sol e mar
Nova
Renovada a força
Tô feliz da vida
Sob o seu domínio
Tô mais forte ainda
Não tem nada fora de lugar

07/06/2008

Virando gente grande

Meu irmãozinho - aquele que eu peguei no colo, dei banho e troquei fralda quando era nenê - já é gente grande. Além de empresário, acaba de comprar o primeiro carro zero.
Acho que tô ficando velha MESMO...



03/06/2008

Belezura

É ou não é a cidade mais linda do universo inteirinho e arredores??



Eu não sei não quem é o autor da foto. Peguei na internet. Mas, salvo engano, é a mesma que estampou uma edição da Época Negócios no ano passado.
Belezura de foto.
Belezura de cidade.

VIII Feira do Livro de Ribeirão Preto

Não tem jeito: lá vou eu de novo pra Ribeirão Preto!
Dessa vez para prestigiar o meu amorzão na VIII Feira Nacional do Livro, passar vontade de comprar aquela imensidão de livros pra mim - no ano passado foi realmente um sufoco resistir à tentação! - e acompanhar as palestras interessantíssimas e os shows maravilhosos que estão programados para acontecer.

Exemplos, só pra dar água na boca:

06/06
Adélia Prado - 16h
Luiz Melodia - 21h

07/06
Evanildo Bechara - 16h
Milton Nascimento e Trio Jobim - 21h

08/06
José Miguel Wisnik - 16h30
Demônios da Garoa - 21h

09/06
Carlos Nejar - 16h
Caco Barcelos - 18h30
Fernanda Takai - 21h

10/06
Zeca Baleiro - 21h

11/06
Moacyr Scliar - 19h
Arnaldo Antunes - 21h

12/06
Rolando Boldrin - 20h

13/06
Zuenir Ventura - 17h
Guilherme Arantes - 21h

14/06
Nélida Piñon - 19h
Renato Teixeira - 21h

A programação completa está no site da Feira.

Valores

A moral e os costumes, que dão cor à vida, têm muito maior importância do que as leis, que são apenas uma de suas manifestações.
A lei toca-nos por certos pontos, mas os costumes cercam-nos por todos os lados e enchem a sociedade com o ar que respiramos.
• Toda ação repetida gera hábito.
• O hábito muda o caráter.
• O caráter muda a existência.


Não sei o(a) autor(a), mas adorei e resolvi postar no blog, como fonte de inspiração.
Acredito muito nisso, e acrescentaria uma outra frase que li muito jovem e que nunca mais me saiu da cabeça:
"Faça da sua conduta a sua religião"
Por acreditar nisso, procuro agir dessa forma - mesmo que hoje em dia se valorize tão pouco atitudes de bom caráter.
Torço para que - se um dia eu tiver filhos - consiga transmitir isso a eles, pois na minha opinião o que falta hoje em dia no mundo é a força dos VALORES. Valores que aprendi com meus pais e dos quais me orgulho muito.