30/03/2010

Não espere generosidade

Pensando bem, é o cúmulo da ingenuidade esperar generosidade de uma pessoa que te abandonou.
Tudo bem, você amou profundamente essa pessoa, dedicou seus melhores gestos a ela, despretensiosamente, mas não espere nada em troca, agora que tudo acabou.
Se essa pessoa te abandonou é porque ela não te amava na mesma proporção. Não te amava ao ponto de passar por cima de pequenas coisas em nome de um amor que parecia - e se dizia! - tão grande e sincero. E, se essa pessoa não te amava na mesma proporção, porque cargas d'água você espera que ela lhe tenha generosidade? Ela amou mais a ela mesma. Ela desistiu de você.
Ingenuidade sua! Generosidade é uma característica de pessoas puras de coração, desprendidas de seu próprio egoísmo. E se essa pessoa já te mostrou o quanto pode ser egoísta, desista... Não é agora, depois de tudo acabado, que ela terá generosidade com você.
Faça o seguinte: seja você mesma generosa consigo. Esqueça o passado. Lute com unhas e dentes por suas conquistas daqui em diante. Esqueça o que poderia ter sido. Desacredite um pouco do ser humano. Pense um pouquinho em você, só em você. Só pra variar.

29/03/2010

vaso rachado

Amigos, lhes digo que a confiança é mesmo um vaso de fina porcelana.
Um vaso lindo, que guardamos e conservamos com muito cuidado.
Se um dia esse vaso sofre alguma avaria, um arranhado ou coisa assim, continuamos a preservá-lo, pois ele é muito valioso.
Mas, se porventura esse vaso vier a sofrer uma rachadura... Podemos descartá-lo para sempre.
Um vaso rachado não serve pra nada. Um vaso quebrado, idem.
Por mais que se remende, se tente consertar, aquela rachadura ou aquele remendo estarão sempre lá. E cada vez que olharmos pra esse vaso saberemos que na verdade ele não é mais um vaso - e sim um vaso remendado. E se colocarmos água dentro desse vaso rachado, a água fatalmente encontrará o racho e fugirá, mesmo que lentamente, por essa rachadura.
Assim também acontece com a confiança! Muito cuidado para não rachar o vaso da confiança! O vaso lindo da confiança que alguém depositar em você! Porque, depois de rachado o vaso, pode existir um amor do tamanho que for... Esse amor, como a água, encontrará a rachadura mais bem disfarçada no vaso da confiança, e se esvairá por meio dela.
Não há imensidão de amor que resista a uma quebra de confiança...

21/03/2010

ansiedade

Eu queria ter uma ferramenta realmente eficaz para controlar minha ansiedade.
Esses dias andei pensando que a maioria das coisas que perdi - e também daquelas que quis ter e não tive - se deveram à minha imensa ansiedade, que sempre me faz meter os pés pelas mãos.
Quando eu quero uma coisa, geralmente quero que ela ocorra LOGO. Não tenho paciência para esperar.
Isso muitas vezes faz com que eu tome iniciativas precipitadas, e acabe estragando o andar natural das coisas. Quando me dou conta disso geralmente é tarde demais.
Acho que só em estar refletindo sobre isso já é um sinal de que posso mudar algo. Mas tenho consciência de que essa mudança não será nada fácil.

19/03/2010

As mulheres, 100 anos depois

Daqui a pouquinho, às 10h, começa no Paço Municipal de São Carlos o Seminário "Mulheres de São Carlos Construindo Autonomia", com a presença da Ministra Nilcéa Freire.
Para comemorar, segue excelente mensagem da ministra, divulgada em comemoração ao Dia Internacional da Mulher.

Os 100 anos do Dia Internacional da Mulher
(O Globo Online - Março de 2010)

A igualdade entre homens e mulheres é um processo em permanente construção. No centenário do Dia Internacional da Mulher, comemorado este ano, devemos celebrar as conquistas e vitórias já alcançadas pela luta feminista. A data oferece uma oportunidade para refletirmos sobre o lugar ocupado pelas mulheres na sociedade ocidental e, principalmente, no Brasil. O movimento feminista conseguiu, no último século, dar visibilidade à luta contra o sexismo, questionando a inferiorização e a subordinação das mulheres, personagens tradicionalmente esquecidas em nossa história.

Especialmente a partir das lutas travadas na década de 70, os direitos das mulheres - de existir com dignidade, de ter uma propriedade, de acesso à educação e ao trabalho, de votar e ser eleita, de participar de espaços de poder e decisão, de ser dona do seu próprio corpo, de viver livre de violência e em igualdade de condições com os homens - foram, em maior ou menor medidas, reconhecidos. Agora, o desafio é garantir que esses direitos fundamentais sejam integralmente vividos e partilhados por todas.

No Brasil, as mulheres já são 51,3% da população. Isso se deve à sobremortalidade masculina adulta, especialmente negra, e à queda nas taxas de mortalidade feminina relacionadas à gravidez, parto e pós-parto. A queda na taxa de fecundidade, por sua vez, vem alterando a taxa de reposição populacional e traz uma profunda transformação na vida das mulheres. Outra mudança, significativa, foi o aumento da participação feminina no mercado de trabalho. No entanto, de acordo com a PNAD/IBGE de 2008, a inserção econômica de 43% das mulheres ocupadas estava em postos de trabalho com menor nível de proteção social e mais vulneráveis.

O trabalho doméstico ainda é a principal ocupação das mulheres, principalmente das mulheres negras. A baixa formalização e a falta de reconhecimento dos direitos dessas trabalhadoras ainda são desafios a serem superados. Elas são responsáveis por uma atividade de importância crucial para toda a sociedade, o trabalho do cuidado e de reprodução das famílias. Aliás, este mesmo trabalho quando executado de forma não-remunerada não é considerado atividade econômica, reforçando a invisibilidade e a desqualificação do trabalho doméstico em nossa sociedade.

De acordo com estudo da Organização Internacional do Trabalho, as mulheres trabalham cinco horas semanais a mais do que os homens. Elas têm uma jornada total semanal de 57,1 horas, contando com 34,8 horas semanais de trabalho e mais 20,9 horas de atividades domésticas. Já os homens têm uma jornada total de 52,3 horas semanais, sendo 42,7 horas de jornada de trabalho e 9,2 horas semanais de atividades domésticas.

Arrumar a casa, cuidar dos filhos e dos idosos devem ser responsabilidades compartilhadas entre homens e mulheres, sob pena de sobrecarregar algum dos lados. E estes devem ser apoiados por políticas de Estado que assegurem, também, as condições para a reprodução da vida. Por isso, as discussões sobre o aumento da licença-maternidade (e da licença paternidade ou parental) e a adoção de ações afirmativas de gênero devem ser consideradas em conjunto pelos governantes e pela sociedade civil.

Apesar dos desafios, registram-se avanços. As mulheres elevaram a taxa de escolaridade e, nos últimos anos, observa-se uma tendência contínua, ainda que lenta, de redução do hiato salarial existente entre trabalhadores e trabalhadoras. Esta conquista deve-se à política de valorização do salário mínimo e às políticas sociais de transferência de renda. Outra vitória são os importantes passos que vem sendo dados, com ampla participação da sociedade, no sentido da erradicação de todas as formas de violência contra as mulheres. Ainda temos elevados percentuais de violência doméstica no país, mas observa-se que uma importante mudança cultural vem sendo operada desde a sanção da Lei Maria da Penha. O Relatório Global do Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher (Unifem) classificou esta legislação como uma das três mais avançadas para enfrentamento à violência contra as mulheres no mundo.

Paulatinamente se constituiu uma poderosa narrativa de desconstrução das desigualdades históricas entre homens e mulheres, a partir da denúncia da invisibilidade do trabalho das mulheres no espaço doméstico e do questionamento da sua posição secundária na sociedade. A equidade de gênero tornou-se uma questão de Estado e a formulação das políticas para sua conquista conta com uma forte e ampla participação social. Mas é preciso ter em mente que o princípio de igualdade entre homens e mulheres deve ser compartilhado por toda a sociedade e isso exige a participação de todos e todas em um permanente exercício de respeito a alteridade e de construção da cidadania.

Nilcéa Freire
Ministra da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, Presidência da República

15/03/2010

com a cabeça entre as orelhas

Mulher se culpa por tudo. Verdade verdadeira.
Há mulheres que se culpam atém porque algum sacana detonou com a vida delas: só falta encarnar a personagem rodrigueana e sair por aí gritando: "Perdoa-me por me traíres!"
Parece ridículo (e até é, mesmo!) mas é a dura realidade. E a realidade é, por demais, triste. Muito triste.
Isso é triste, minha gente. Muito triste mesmo.
Por que diabos será que custa tanto para algumas simplesmente enxergarem que o problema de uma canalhice que lhe fizeram pode ser simplesmente... O CANALHA? Porque a teima em pensar: "mas se eu não tivesse feito de tal jeito - ou se eu tivesse feito de tal jeito - ele não teria aprontado comigo..."? Isso é só bondade de coração, ou é idiotice, mesmo?
Pois é.
"Cá se vai andando com a cabeça entre as orelhas"

09/03/2010

erguendo a cabeça

Nas andanças agora pela manhã, aqui na Universidade, entre um prédio e outro - meu chefe estava em reunião em outro prédio e precisei duas vezes ir até lá para falar com ele - ergui minha cabeça durante a caminhada e vi que bonito dia está fazendo lá fora. Um dia ensolarado, céu azul resplandecente sem nenhuma nuvem, uma brisa agradável demais...
Daí observei o quanto a minha universidade é bonita... As árvores, as flores resplandecentes, os pássaros cantando e as borboletas brincando no ar. O cuidado que os jardineiros e os serventes têm em manter tudo limpo, florido e bem cuidado, tudo isso causa um efeito muito agradável em quem caminha por aqui. E a natureza, por si só, é um show à parte.
Me considerei uma privilegiada por poder trabalhar aqui e ter a oportunidade de desfrutar esse espetáculo - que é grátis e é abundante - todo o tempo.
E refleti, por breves momentos - a reflexão teve a duração da pequena caminhada que fiz - passando essa sensação boa que tive para um contexto mais amplo, a gente vê que a nossa caminhada pela vida afora também é assim. Muitas vezes estamos tristes, cabisbaixos, preocupados com algum problema, e nos esquecemos de ter uma atitude bem simples: erguer a cabeça e observar tudo de belo que está bem ali, ao nosso redor.
Vamos todos fazer um exercício para, diariamente, erguer a nossa cabeça. E prestar mais atenção. Quem ganha com isso? Cada um de nós: não vamos passar pela vida apenas andando e pensando, remoendo nossos problemas. Vamos aproveitar o que de belo a vida nos oferece: todos os dias, de graça, como uma paisagem bonita!

04/03/2010

Nós cuidamos dos nossos bixos!


Esse é um banner que foi afixado na entrada da UFSCar, na semana da calourada.
Em tempos em que diariamente vemos pelo noticiário casos de trotes violentos, achei uma boa iniciativa da universidade promover uma semana de recepção aos calouros repleta de atividades produtivas.
E com esse cartaz tão fofo, ficou ainda melhor!!!

01/03/2010

Beetles na Abbey Road

Você conhece os Beetles?

o twitter nos rouba as palavras

Estou escrevendo bem menos no blog, e grande parte da culpa é do twitter.
Não queria que isso acontecesse, porque o blog surgiu com o firme propósito de ser um registro permanente dos meus devaneios - e sinto que a facilidade que o twitter me oferece, de espalhar meus devaneios em doses homeopáticas na imensidão da web, acabam impedindo os registros mais frequentes (e mais completos) por aqui.
Não me sinto à vontade de escrever grandes textos aqui depois de ter feito um resumo do assunto em 140 toques.
Grande paradoxo esse: o twitter, ao mesmo tempo que agiliza nossa comunicação, nos rouba as palavras.

fortaleza em tormenta de lágrimas

Estou acabando as férias com a sensação ruim de que não fiz tudo que queria ter feito. Ficou tudo incompleto. Deixei um monte de coisas que queria ter resolvido pra trás, sem resolver.
Mas aprendi que não adianta eu me martirizar por isso. Aliás, aprendi isso lá no ensino fundamental, quando chegava à véspera de uma prova importante sem ter estudado todo o conteúdo como deveria (devo confessar que nunca fui de muito estudo). Eu aprendi que não adianta se desesperar por algo que deveria ter sido feito e que VOLUNTARIAMENTE não o foi. Paciência! É preciso arcar com as consequências de cada ato (Ou de cada omissão). Nada de perder o sono pensando que deveria ter feito diferente: perder o sono por algo que não vai mudar só faz com que o dia de amanhã renda menos - porque, perdendo-se o sono, rende-se menos no dia seguinte.
Então vamos relaxar e deixar rolar.
Eu deixei de fazer muitas coisas, mas tenho certeza de que fiz muitas outras - e bem importantes.
A mais importante de todas as coisas que fiz nas minhas férias foi, sem dúvida, pensar - e muito - em tudo que está acontecendo comigo. Parece mesmo que norteei bem meu rumo nesses dias em que não estava trabalhando. Pensei sobre várias coisas, umas bem pessoais, outras bem genéricas.
Hoje, por exemplo, fiquei pensando bastante sobre a carga que tem a sinceridade. A gente torce tanto por encontrar somente pessoas que sejam totalmente sinceras conosco (Eu vivo alardeando isso pros quatro cantos do mundo), mas em alguns momentos,quando alguém é sincero em relação a um assunto que estamos carecas de saber, quando alguém nos diz algo tão óbvio - mas que gostaríamos que não fosse verdade - ficamos pensando: "Pô, precisava ter sido assim TÃO sincero? Já que isso é tão evidente, poderia simplesmente não ser dito!". Não sei se me faço compreender: existem momentos na vida de uma mulher - e isso passa por oscilações hormonais, picos de carência etc - em que tudo que a gente quer (mesmo que não admita) é um pouquinho de falta de sinceridade: algumas palavras que nos agradem, nos afaguem (ou simplesmente o silêncio!) ao invés da repetição da verdade mais dura e cruel, que já sabemos de cor e da qual não gostamos nada nada. Acho que vem daí a frase-chavão dos homens, que diz que mulher é um bicho complicado e difícil de entender. Deve ser mesmo! rs
Eu me sinto assim, e fico me achando a mais louca das criaturas por ser tão contraditória. Estou tentando achar uma fórmula de não sofrer quando ouço verdades que já conheço. E aguentar firme diante dos fatos, sem esmorecer.
O que me anima, mesmo, é ter a plena confiança de que vou vencer. Eu vou conseguir concretizar esses sonhos que estou sonhando agora! E a minha "fé inabalável no futuro" - como me ensinou meu amigo-irmão Fabiano - está renovada.
Eu já passei por tanta coisa, e continuo em pé...! Parece que vou adquirindo uma força mais intensa a cada queda. Às vezes me sinto tão frágil, mas ao mesmo tempo tenho reações tão fortes...
Eu acho que sou uma fortaleza escondida atrás de uma tormenta de lágrimas.