20/03/2011

estou bem do jeito que estou

Pode até demorar, mas a gente acaba enxergando as coisas.
E, quando isso acontece, a gente vê que nada ocorre por acaso.
Ao observar um casal com quem convivo - e que está junto há mais de 30 anos - percebo que eu realmente não nasci para esse tipo de relação.
Depois de 30 anos de convivência, eu sei que não teria paciência para perguntas idiotas, para ter que repetir TUDO o que falo porque a outra pessoa não entende, para fingir que não me incomodo com certas atitudes (menores, mas asquerozas) do dia a dia, etc.
Eu gosto do meu estar sozinha.
Eu gosto de, quando tenho vontade, sair por aí sem ter que dar satisfação a ninguém. Ou NÃO sair por aí sem ter que dar satisfação a ninguém.
Quando estou de saco cheio, gosto de estar em silêncio, comigo mesma, sem ninguém matracando na minha cabeça.
Tenho necessidade desses momentos de recolhimento.
Alguém há de ponderar: mas e para todos os outros momentos? Aqueles em que a gente tem necessidade de ter alguém por perto?
Bom, para todos os outros, existe a família primeira da gente - pais, irmãos, sobrinhos, primos. Existem os bons amigos que a gente vai conhecendo no caminho. Amigos que estão dispostos a fazer companhia, a rir junto, a dormir junto diante da TV numa tarde preguiçosa de domingo. E, o melhor de tudo: depois desse convívio cada um volta pro seu casulo, com suas manias, sem provocar a intolerância alheia - aquela que a convivência diária é mestra em desenvolver.
O que a gente precisa mesmo é ter serenidade para aceitar. Com serenidade a gente percebe: foi melhor assim. Sempre!

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