Creio que tomei algumas decisões de deixar pra lá pessoas e situações na minha vida, que me foram muito difíceis. Ninguém gosta de ser "chata", de dizer que não gosta de certos acontecimentos e de conscientemente retirá-los de sua vida: sim, é muito mais fácil ser "legal", sorrir, resignar-se e engolir sapos simplesmente para não se indispor com os outros. Mas, a longo prazo, quem ganha com isso?
Temos que investir no nosso bem estar e na nossa paz de espírito. É preciso oxigenar nossa vida e nossas relações. Extirpar o que não presta, como retirar uma verruga da pele: vai doer na hora, mas a longo prazo será benéfico.
Sim, me sinto mal em dispensar uma faxineira, em eliminá-la da minha vida e chamar outra em seu lugar. Afinal, o dinheiro que eu pago fará falta pra ela. Além disso ela é honesta, de confiança, gente boa. Coitada. Será que não estou sendo muito rígida e intransigente?
Mas ao mesmo tempo penso que não é justo comigo ficar tensa todo dia de faxina porque sei que ao chegar em casa terei que ficar colocando os objetos nos lugares certos, terei que, na marra, exercitar o desapego ao ver que a pessoa estragou coisas minhas por puro desleixo, que jogou fora coisas que não eram pra ter sido jogadas.
Terei que respirar fundo pra não me estressar ao ver que a fulana não limpou aquela teia de aranha, aquele rejunte de azulejo, que não fechou os frascos de produtos de limpeza e eles estão lá evaporando, como o meu dinheiro. Não é tão óbvio esse tipo de coisa pra que não se precise repetir, repetir, repetir?? Não, não é justo gastar dinheiro com gente desleixada e ter que ficar descontente, só pra não se constranger ao dispensar a pessoa.
Dei esse exemplo apenas pra ilustrar, mas assim é com tudo em nossa vida. Com comportamento danoso de colegas no trabalho que "aceitamos" só pra não criarmos um "clima ruim" (é muito mais fácil ser "legal" e concordar com tudo do que falar umas verdades e ficar sendo "a chata"). Com aquele "amigo" que já te fez tão bem, mas que hoje em dia fala coisas com as quais você simplesmente não concorda, te desrespeita e te faz sentir mal, mas você o continua mantendo por perto, simplesmente pra não ter que ser "chata" e dizer umas verdades a ele, se afastar pra ter um pouco de paz e não se agredir.
Pois minha reflexão de fim desse ano e propósito para o ano novo é que olhemos mais pra nós, para o que nos faz bem, e que invistamos nosso tempo e energia em pessoas e coisas que realmente nos façam bem. Vamos parar de perder tempo com gente e com coisa que não vale a pena. Vamos parar de ocupar espaço no nosso armário com peças que não nos servem mais ou que simplesmente já não fazem mais nosso estilo. Vamos fazer uma limpeza no armário e na vida.
Sem rancor e sem ódios: vamos respeitar o que teve significado em nossa vida sem desdenhar de nada. Simplesmente vamos deixar a fila andar.
No armário e na vida.
Essa é minha proposta pra 2016.
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