07/03/2011

Tudo vai passando, passando...

É chavão, mas é verdade: Tudo passa.
Mesmo aquilo em que a gente se agarra bravamente, para que não passe nunca: mesmo isso passa!
Quando você cai em si, tudo aquilo que era tão real, tão presente, tão forte... tudo não é mais que uma lembrança. Passou!
Eu sou muito apegada às coisas e às pessoas. Geralmente, quando alguém se afasta de mim, eu demoro a aceitar a perda, fico rememorando cada lembrança boa, e mesmo me apego às lembranças materiais que aquela pessoa me deixou: um presente dela, mesmo um objeto que eu mesma comprara, que estava presente em nossa convivência e que me faz lembrar a época em que ainda havia a proximidade.
Pois bem, de tempos em tempos me surpreendo ao perceber que aquele objeto ficou velho, que precisa ser jogado fora e substituído por outro. Me surpreendo quando percebo: 'Nossa, não tenho mais quase nada que eu usava na época em que ainda estava com fulano!' E, por mais bobo que isso possa parecer, é nessas horas que reflito e percebo: tudo passa! Por mais que não se queira, tudo passa e tudo se renova! A blusa fica desbotada, a calça começa a descosturar, a bolsa cai de moda... Tudo é trocado por outro item mais novo, mais útil, mais atual.
Da mesma forma com os sentimentos: tudo que se sentia de mais doce, de mais insubstituível... Tudo adquire um ar ultrapassado. O lado ruim daquela pessoa vem mais à tona: a gente passa a pensar mais nas desvantagens que se tinha ao estar com aquela pessoa e, surpreendentemente, se pega pensando: "ainda bem que passou!"
E é nesse eterno alternar de ciclos que vamos construindo nossa vida. Pode ser que nos tornemos mais amargos no decorrer da caminhada, afinal cada decepção nos faz uma marca difícil de apagar... Mas o fato é que, ao deixar as velharias passarem, renovamos o espaço para receber as coisas boas que virão.
E isso faz um bem danado.

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