27/09/2007

Ela se foi...

Hoje morreu minha cachorra Milka, dona do par de olhos azuis mais puros que já conheci.
Morreu a menos de um mês de completar 12 anos (completaria no dia 25/10).
Já era adulta, mas sempre foi criança - pois gostava de brincar e era doce como uma criança.
Superou várias doenças que ninguém esperava que fosse superar. Mostrou ter uma força enorme. Até o fim.
Nunca mais verei seus olhinhos doces.

24/09/2007

O seu dia sempre chega

Para começar a semana em estado de graça, segue texto de autoria da minha amiga Tetê, que dispensa qualquer comentário meu.


Será?
(Cleidinis Timoteo)*

Nem tudo são flores, amigo.

Sossegue que o seu dia há de chegar.

E não pense que as coisas acontecerão do jeito que você sempre sonhou. Talvez não haja flores, nem luz colorida de boate. Provavelmente você não estará vestindo a sua melhor roupa e poucas são as chances de estar com os cabelos impecavelmente penteados. Talvez sua pele não esteja fresca do banho e você ainda não tenha escovado os dentes.

Talvez a chuva que estará caindo te deixará de mau humor por ter deixado frios os seus pés.

E não adianta dizer que não quer que aconteça no dia 13 de agosto. Essa coisa não tem dia e nem hora. E também não tem um jeito de acontecer.

Pode vir devagarzinho com jeitinho manso de criança que se aconchega nos braços da mãe. Ou então vem de repente e, assim, como um acidente de carro, muda toda a sua vida. Pode te deixar de perna bamba (talvez nunca mais você ande sozinho). Pode te deixar de cama (mas às vezes isso não é ruim). Pode te fazer chorar como se a dor que vai sentir fosse a pior do mundo. No entanto, muitas vezes vai te fazer ser o dono do mais belo sorriso. Você poderá gaguejar e esquecer das coisas mais tolas. E não pense que as pessoas te chamarão de idiota, porque você vai estar lindo.

O que você não deve é apressar as coisas. A pressa espanta esse dia esperado. Ele tem medo dos ponteiros do relógio e da voz do vento que anda.

Sossegue, amigo.

O seu dia há de chegar.

E num dia 12 de junho qualquer você nem se lembrará mais das minhas palavras.

*Leia mais textos de Cleidinis Timoteo em http://aamigadasrosas.zip.net/

23/09/2007

Primavera!


Para dar as boas vindas à Primavera, que começa hoje.
Fim de um ciclo, começo de outro.
Pela primeira vez, em anos, começo uma Primavera com o coração e a alma recheados de flores...
Que a humanidade se permita viver com mais leveza cada instante alegre, pois é assim que se constrói a verdadeira felicidade.
Deixemos a vida florescer!
Deixemos a Primavera entrar em nossas vidas!


"A Primavera cheirava toda para mim, só para mim, desnudada, a dançar na manhã azul perfeita, embriagante, toda olhos claros e sorrisos, a abrir com beijos de brisa a boca infantil das corolas nascituras. E dentro da Primavera senti um cheiro mágico de Paz".(Vinicius de Moraes, em "Sentido da Primavera")

21/09/2007

O que é o amor?

Eu li certa vez uma matéria - acho até que circulou pela internet - de uma pesquisa feita com crianças na primeira infância, em que era perguntado a elas "O que é AMOR?".
Eu achei muito legal a matéria, a pesquisa, e principalmente as respostas que as crianças deram.
Hoje de manhã eu estava pensando sobre mim, sobre o meu amor e sobre muitas outras coisas.
E aí me veio uma definição de AMOR que é parecida com as que as crianças deram, mas que é minha. E é pura.
Então, se hoje alguém me perguntar: "O que é o AMOR", eu vou responder, sem titubear:

"Amor é quando se tem vontade de abraçar alguém o tempo inteiro"
E é exatamente isso que eu sinto agora.

Revolução da Alma

Recebi o texto abaixo da minha amiga Cláudia.
Não sei se é verdade que foi Aristóteles que o escreveu - siceramente acho (e a Cláudia também deve achar) bem mais provável que seja apenas mais uma dessas mensagens de auto-ajuda que percorrem a internet sob a alcunha de alguma personalidade para dar maior credibilidade.
Mas deixando o mérito da autoria de lado, fica o teor da mensagem, que é muito bonita.
Se conseguíssemos desprender esforços para guiar nossas vidas de acordo com essas considerações, seríamos bem mais felizes - e faríamos todos que convivem conosco bem mais felizes também.


REVOLUÇÃO DA ALMA

Aristóteles, filósofo grego,escreveu este texto "Revolução da Alma" no ano 360 A.C. e é eterno.

Ninguém é dono da sua felicidade, por isso não entregue sua alegria, sua paz sua vida nas mãos de ninguém, absolutamente ninguém. Somos livres, não pertencemos a ninguém e não podemos querer ser donos dos desejos, da vontade ou dos sonhos de quem quer que seja.
A razão da sua vida é você mesmo. A tua paz interior é a tua meta de vida, quando sentires um vazio na alma, quando acreditares que ainda está faltando algo, mesmo tendo tudo, remete teu pensamento para os teus desejos mais íntimos e busque a divindade que existe em você. Pare de colocar sua felicidade cada dia mais distante de você.
Não coloque o objetivo longe demais de suas mãos, abrace os que estão ao seu alcance hoje. Se andas desesperado por problemas financeiros, amorosos, ou de relacionamentos familiares, busca em teu interior a resposta para acalmar-te, você é reflexo do que pensas diariamente. Pare de pensar mal de você mesmo(a), e seja seu melhor amigo(a) sempre.
Sorrir significa aprovar, aceitar, felicitar. Então abra um sorriso para aprovar o mundo que te quer oferecer o melhor.
Com um sorriso no rosto as pessoas terão as melhores impressões de você, e você estará afirmando para você mesmo, que está "pronto"para ser feliz.
Trabalhe, trabalhe muito a seu favor.Pare de esperar a felicidade sem esforços.Pare de exigir das pessoas aquilo que nem você conquistou ainda.
Critique menos, trabalhe mais.
E não se esqueça nunca de agradecer.
Agradeça tudo que está em sua vida nesse momento, inclusive a dor.
Nossa compreensão do universo ainda é muito pequena para julgar o que quer que seja na nossa vida.
"A grandeza não consiste em receber honras, mas em merecê-las."

13/09/2007

mais um Wanderley na minha vida

Há tempos não me deparava com um texto que me deu tanto prazer na leitura.
Não conhecia o autor, mas já tô quase virando fã! Será que todos os textos dele são assim? Ainda não tive tempo de pesquisar, mas com certeza o farei.
Adorei o estilo da escrita, sem entrar no mérito da minha concordância pessoal com o teor do artigo, mas me encantam esses textos inteligentes como esse: de vocabulário farto e com uma contundência que oscila entre a fina ironia e o sarcasmo, que nos leva a risos em todos os parágrafos da leitura.
Me deu saudades dos textos do Nelson Rodrigues.
Me diverti muito na leitura e fiquei com uma pontinha de inveja - porque eu queria muito escrever tão bem assim!
Acho que maior do que a minha diversão em ler o texto foi a dele em escrever.

Democracia e o vírus do brasilianismo
Wanderley Guilherme dos Santos
Leia abaixo artigo publicado originalmente no jornal Valor Econômico:
Dói na alma, mas nem sempre a educação é um bem sem contra-indicação. As pesquisas reiteram a cada rodada que as classes subalternas têm respondido com apoio e votos às políticas sociais do governo.
Onde o governo está mais presente é ali onde, proporcionalmente, tem crescido seu eleitorado. Desmentindo o argumento de que o governo falha em suas promessas de campanha. As oposições e os descontentes da esquerda também o acusam de trair sua base popular de origem.
Alternativamente, conservadores e progressistas descobrem motivo de congraçamento entre si na crítica ao suposto paternalismo governamental, que seria a razão da aquiescência das massas antes que da promoção de sua consciência cívica e autonomia política. Como é natural, não se há de responder com imperfeições terrenas às exigências do mundo platônico das idéias.
Equivalente ideal de pureza orienta os murmúrios de insatisfação quanto ao funcionamento das instituições legislativas, maculadas que estariam por operadores corruptos, por vícios simultâneos de origem e decrepitude, além de repetidas manifestações do insultuoso hábito de legislar em causa própria.
Do Executivo, o defeito mínimo que se lhe atribui é o da incompetência gerencial. Mencionam-se ademais, aqui e ali, alheamento, preguiça e incapacidade de decisão. Pela esquerda histórica, do mesmo modo insatisfeita, se assegura que o Executivo se encontra manietado por escandalosos acordos com o conservadorismo. Ou seja, o Executivo, a bem dizer, nada faz e, quando faz, faz mal ou em má companhia, descaracterizando o bem-feito.
E assim marcharia o país entre corrupção e inércia, de cambulhada com alguns outros países, poucos, igualmente cretinos, à margem do benéfico período de progresso material aproveitado pelo resto do mundo. Nem as migalhas, nós estaríamos saboreando desta vez.
Trata-se, é claro, de um diagnóstico brasilianista. Tão grave quanto o bócio e a elefantíase, o brasilianismo é a enfermidade típica do atraso, mas com patológica distribuição sociologicamente distinta.
Ela contamina preferencialmente pessoas de elevada classe de renda, habitantes de áreas urbanas, sobretudo no Sudeste do país, com diplomas universitários concentrados nas áreas de ciências sociais, economia e comunicação.
Em geral, o brasilianismo não provoca estados febris nem suores inoportunos, apresentando como principais sintomas uma enorme confusão de raciocínio, miopia conceitual e daltonismo partidário, estimulando surtos de verborragia, descontrole de adjetivos e relaxamento das vias gramaticais. Eventualmente, uma diarréia substantiva.
Dotados de imbatível lógica esquizofrênica, os contaminados costumam passar por professores, cheios de comendas, donos de escritórios de consultoria, fartos de encomendas, colunistas bem remunerados, intrigantes de notinhas jornalísticas e assessores de grupos de interesse.
Honestíssimos, em sua maioria, acreditam no que dizem, com grande pompa e muita circunstância. Causa dissabor vê-los. Ao contrário dos portadores de bócio e de elefantíase, cônscios estes da enfermidade que os atormenta, os brasilianistas desfilam orgulhosamente a própria miséria como portariam um estandarte de cruzados. Em certo sentido, são mesmo monocromáticos. Felizmente, o brasilianismo não é sexualmente transmissível. Segundo alguns clínicos, porque não é sexualmente ativo. Polêmicas médicas.
Embora bem-educados, os brasilianistas têm horror à leitura, particularmente de matérias sobre o Brasil, à exceção, obviamente, dos artigos que escrevem uns para os outros. Ignoram as estatísticas, têm vaga noção do que significa o coeficiente de Gini e não fazem a menor idéia do que foi a história da América do Sul nem do percurso secular do grande mito que são os Estados Unidos. Da Europa, conhecem os vinhos, os queijos e o carnaval de Veneza, em pacote turístico de sete dias. Constituem a mais acachapante evidência do fracasso da universidade brasileira.
Jamais um brasilianista aceitará a tese de que os pobres votam por uma razão idêntica à sua, isto é, por interesse. E, conseqüentemente, também rejeitarão a hipótese de que os carentes sejam tão racionais quanto eles, os poucos abundantes. Negarão que pertençam ao mesmo gênero de distribuição de privilégios os subsídios à exportação, a remuneração dos títulos da dívida pública e os empréstimos pré-consignados. São favoráveis ao controle da natalidade da população de salário mínimo e à pena de morte, em certos casos, que é uma forma substitutiva, ou complementar, de controle da mortalidade. Consideram-se liberais de boa cepa, pois têm entre seus melhores amigos, segundo testemunho voluntário, um negro, um judeu e um gay. A discriminação dos melhores amigos é a confissão inconsciente da lista de preconceitos que cultuam.
Não obstante os brasilianistas, ou melhor, inclusive com parcela do trabalho deles, vai se livrando das algemas do arcaísmo um país em que os conservadores parecem ter, finalmente, abandonado a estratégia de rondar os quartéis sempre que contrariados pela política. A integração material da sociedade avança pela via do mercado, a despeito dos revolucionários e dos adoradores dos monopólios, e no qual a Constituição de 1988 conseguiu evitar a institucionalizaçã o de práticas discriminatórias.
O custo de combater preconceitos e discriminações é baixo, no Brasil, porque não são protegidos por lei. Aspecto crucial, cuja relevância é perfeitamente reconhecida pelos negros da África do Sul e dos Estados Unidos e pelos antigos judeus imigrantes argentinos, por exemplo.
A sociedade precisa dos brasilianistas na exata medida em que as deficiências materiais são ainda tamanhas e a tentação para a autocomplacência é enorme. Mas estão sobre-representados na produção e controle da informação pública, comprometendo com sua vesguice melhor avaliação do que vai pelo mundo e pelo Brasil.
O formigamento social é extenso, a vida comunitária se enriquece municípios afora, mas de nada disso a maioria da população toma conhecimento, monopolizado que está o mecanismo de produzir idéias e imagens. Há evidente descompasso entre o processo de democratização em curso na vida política e social e o processo de concentração oligopolista no sistema de captação e difusão das novidades.
A unanimidade brasilianista que absorveu as fontes de informação prejudica a democracia, constitui ameaça aos direitos do cidadão de estar servido de fontes alternativas de opinião, nega, na prática, o pluralismo ideológico, enquanto busca a massificação bovina de leitores e telespectadores. Nunca o Brasil moderno, período ditatorial à parte, enfrentou inimigo tão poderoso: aquele que, tal como um partido subversivo, usufrui da liberdade para asfixiá-la.
O Brasil real é complexo, pleno de deficiências e de linhas de força, não está representado na rede para-ideológica de informação, tomada de assalto pelo brasilianismo.
O brasilianismo é a doença infantil da ditadura da opinião. De onde se segue a divergência entre o que ocorre no país e o que pensam sobre ele aqueles que se imaginam educados. Para estes, a educação não vale coisa alguma.
Wanderley Guilherme dos Santos é membro da Academia Brasileira de Ciências

Eu quero um Polo...

Ai, ai, ai...
Só porque eu SEMPRE quis um Polo, vem a VW agora com essa novidade.


Tô precisando ganhar na MegaSena URGENTE

12/09/2007

"basta ser sincero e desejar profundo..."

Bom, acho que ninguém vai achar assim TÃO estranho, afinal até música do Jota Quest eu já coloquei por aqui, né?
Mas o fato é que graças ao Fabiano (o "Meu" Fabiano, não o da dupla de gordinhos!) eu ouvi a música abaixo e me identifiquei com ela.
Exatamente o que eu sentia antes de encontrar o meu amorzão - cansada que estava de tanta gente superficial que cruzava o meu caminho só pra não acrescentar nada de bom.
E aí Deus ouviu as minhas preces e eu encontrei a tampa da minha panela (ou será que encontrei a panela da minha tampa??)
E aí ouvi a música hoje e me identifiquei muito.
E aí vou colocar aqui pra todo mundo conhecer também.
É isso.
Fui.


Caso por acaso
César Menotti e Fabiano

Eu não quero mais um caso por acaso
Eu não quero mais viver uma ilusão
Quero um amor de verdade
A minha cara metade
Quero alguém pra me acordar
E me chamar de meu amor
Eu não quero uma paixão sem compromisso
Eu não quero ter alguém só por prazer
Quero alguém para estar ao meu lado
De aliança e papel passado
Quero alguém pra me acordar
E me chamar de meu amor...
Quero um amor!!
Quero alguém pra me abraçar
E andar comigo por aí
Alguém pra me fazer sorrir
Que faça dos seus braços meu abrigo
Quero alguém para acabar com este vazio que me consome
Pra dar o meu amor, meu sobrenome
Quero alguém pra se casar comigo...

11/09/2007

borboleta ou cavalo?

Às vezes me sinto tão borboleta...
Às vezes me sinto tão cavalinho...



Esta é a história de duas criaturas de Deus que viviam numa floresta distante há muitos anos. Eram elas: um cavalinho e uma borboleta. Na verdade, não tinham praticamente nada em comum, mas em certo momento de suas vidas se aproximaram e criaram um elo.

A borboleta era livre, voava por todos os cantos da floresta enfeitando a paisagem. Já o cavalinho tinha grandes limitações, não era bicho solto que pudesse viver entregue à natureza. Nele certa vez foi colocado um cabresto por alguém que visitou a floresta e a partir daí sua liberdade foi cerceada.
A borboleta, no entanto, embora tivesse a amizade de muitos outros animais e a liberdade de voar por toda a floresta, gostava de fazer companhia ao cavalinho, agradava-lhe ficar ao seu lado e não era por pena, era por companheirismo, afeição, dedicação e carinho.
Assim, todos os dias ia visitá-lo e lá chegando levava sempre um coice, depois ganhava um sorriso. Entre um e outro ela optava por esquecer o coice e guardar dentro do seu coração o sorriso.
Sempre o cavalinho insistia com a borboleta que lhe ajudasse a carregar o seu cabresto por causa do seu enorme peso. Ela, muito carinhosamente, tentava de todas as formas ajudá-lo, mas isso nem sempre era possível por ser ela uma criaturinha tão frágil.
Os anos se passaram e numa manhã de verão a borboleta não apareceu para visitar o seu companheiro. Ele nem percebeu, preocupado que ainda estava em se livrar do cabresto.

E vieram outras manhãs e mais outras e milhares de outras, até que chegou o inverno e o cavalinho sentiu-se só e finalmente percebeu a ausência da borboleta. Resolveu então sair do seu canto e procurar por ela.
Caminhou por toda a floresta a observar cada cantinho onde ela poderia ter se
escondido e não a encontrou. Cansado se deitou embaixo de uma árvore.
Logo em seguida um elefante se aproximou e lhe perguntou quem era ele e o que fazia por ali.
-Eu sou o cavalinho do cabresto e estou à procura de uma borboleta que sumiu.
- Ah, é você então o famoso cavalinho?
- Famoso, eu?
- É que eu tive uma grande amiga que me disse que também era sua amiga e falava
muito bem de você. Mas afinal, qual borboleta que você está procurando?
- É uma borboleta colorida, alegre, que sobrevoa a floresta todos os dias visitando todos os animais amigos.

- Nossa, mas era justamente dela que eu estava falando. Não ficou sabendo? Ela morreu e já faz muito tempo.
- Morreu? Como foi isso?
- Dizem que ela conhecia, aqui na floresta, um cavalinho, assim como você, e todos os dias quando ela ia visitá-lo ele lhe dava um coice. Ela sempre voltava com marcas horríveis e todos perguntavam a ela quem havia feito aquilo, mas ela jamais contou a ninguém. Insistíamos muito para saber quem era o autor daquela malvadeza e ela respondia que só ia falar das visitas boas que tinha feito naquela manhã. Era aí que ela falava com a maior alegria de você.
Nesse momento o cavalinho já estava derramando muitas lágrimas de tristeza e de arrependimento.

- Não chore meu amigo, sei o quanto você deve estar sofrendo. Ela sempre me disse que você era um grande amigo, mas entenda, foram tantos os coices que ela recebeu
desse outro cavalinho, que ela acabou perdendo as asinhas, depois ficou muito doente,
triste... Sucumbiu e morreu.
- E ela não mandou me chamar nos seus últimos dias?
- Não, todos os animais da floresta quiseram lhe avisar, mas ela disse o seguinte:
"Não perturbem meu amigo com coisas pequenas, ele tem um grande problema que eu nunca pude ajudá-lo a resolver. Carrega no seu dorso um cabresto, então será cansativo demais pra ele vir até aqui”.

Você pode até aceitar os coices que lhe derem quando eles vierem acompanhados de beijos, mas em algum momento da sua vida, as feridas que eles vão lhe causar,
não serão mais possíveis de serem cicatrizadas.
Quanto ao cabresto que você tiver que carregar durante a sua existência, não culpe ninguém por isso, afinal muitas vezes foi você mesmo que o colocou no seu dorso, OU PERMITIU QUE FOSSE COLOCADO.

Espero que você possa aceitar as coisas como elas são...
Sem pensar que tudo conspira contra você...
Porque parte de nós é entendimento... a outra parte é aprendizado...
Que você possa ter forças para vencer todos os seus medos...
Que no final possa alcançar todos os seus objetivos...
Que tudo aquilo que você vê e escuta possa lhe trazer conhecimento....
Que essa escola possa ser longa e feliz...pois parte de nós é o que vivemos, a outra parte é o que esperamos...
Que durante a sua vida você possa construir sentimentos verdadeiros....
Que você possa aceitar que só quem soube da sombra, pode saber da luz...

Para ser feliz não existe poção mágica.
É preciso somente que tenha a alma limpa e desprovida de mágoas e rancores.
Quanto mais tempo ficarmos remoendo as dores, mais tempo levaremos para cicatrizar as feridas.

Estamos aqui de passagem. Nada trouxemos e nada levaremos.

Cada um é livre para cumprir a sua missão...

Nós também somos provisórios

Tá todo mundo (inclusive eu) estranhando o meu "sumiço" aqui do blog.
O mês de setembro começou tão turbulento, com acontecimentos tão marcantes e eu... "travei".

Na terça passada levei uma "pancada" com uma reviravolta na vida de amigos queridos - impossível ficar alheia, afinal são pessoas que fazem parte da minha vida.
No mesmo dia conversei com outra grande amiga, a Viviane, que coincidentemente me contou estar fazendo 15 anos de relacionamento com o Marcelo. Um relacionamento que, segundo ela, quando começou ninguém botava fé que fosse durar (nem ela mesma)e que agora está cada vez mais forte.
Na sexta passada minha amiga Laine casou-se. Uma cerimônia linda e emocionante que me fez, além de celebrar a realização de um sonho de uma amiga, rememorar toda uma fase da minha vida, me fez pensar há quanto tempo nós duas nos conhecemos e o tanto de coisas que já passamos juntas nesse tempão de amizade... Os rumos que nossas vidas seguiram, as decisões que fomos tomando pelo meio da estrada.
Ao mesmo tempo vejo meu amor resolvendo a vida dele do jeito que ele sempre quis, fazendo as coisas que ele acha certas, construindo o caminho dele com calma e começando a colher frutos de uma fase muito boa. A vida dele se tornando cada vez mais leve.
E um outro amigo que já avançou muito no que deseja pra si, mas que ao mesmo tempo insiste em dar mais peso a certas coisas do que elas realmente têm.
Tudo isso me faz ficar pensando, observando, pensando. Mas eu simplesmente "travei". E o blog ressurgiu, no começo desse ano, justamente pra "destravar" tudo...

Mas hoje recebi da minha grande amiga Lucileine o texto abaixo, da Martha Medeiros, que diz muito inclusive do que tenho pensado a respeito de alguns acontecimentos de setembro, e resolvi colocar o texto no blog. Pra deixar guardado pra mim, pra dividir com alguém que passe por aqui, e pra ver se eu "destravo".

O PERMANENTE E O PROVISÓRIO

O casamento é permanente, o namoro é provisório.
O amor é permanente, a paixão é provisória.
Uma profissão é permanente, um emprego é provisório.
Um endereço é permanente, uma estada é provisória.
A arte é permanente, a tendência é provisória.
De acordo? Nem eu.

Um casamento que dura 20 anos é provisório. Não somos repetições de nós mesmos, a cada instante somos surpreendidos por novos pensamentos que nos chegam através da leitura, do cinema, da meditação. O que eu fui ontem, anteontem, já é memória. Escada vencida degrau por degrau, mas o que eu sou neste momento é o que conta, minhas decisões valem pra agora, hoje é o meu dia, nenhum outro.

Amor permanente... como a gente se agarra nesta ilusão. Pois se nem o amor pela gente mesmo resiste tanto tempo sem umas reavaliações. Por isso nos transformamos, temos sede de aprender, de nos melhorar, de deixar pra trás nossos imensuráveis erros, nossos achaques, nossos preconceitos, tudo o que fizemos achando que era certo e hoje condenamos. O amor se infiltra dentro de nós, mas seguem todos em movimento: você, o amor da sua vida e o que vocês sentem. Tudo pulsando independentemente, e passíveis de se desgarrar um do outro.

Um endereço não é pra sempre, uma profissão pode ser jogada pela janela, a amizade é fortíssima até encontrar uma desilusão ainda mais forte, a arte passa por ciclos, e se tudo isso é soberano e tem valor supremo, é porque hoje acreditamos nisso, hoje somos superiores ao passado e ao futuro, agora é que nossa crença se estabiliza, a necessidade se manifesta, a vontade se impõe – até que o tempo vire.

Faço menos planos e cultivo menos recordações. Não guardo muitos papéis, nem adianto muito o serviço. Movimento-me num espaço cujo tamanho me serve, alcanço seus limites com as mãos, é nele que me instalo e vivo com a integridade possível.
Canso menos, me divirto mais, e não perco a fé por constatar o óbvio: tudo é provisório, inclusive nós.
Martha Medeiros

07/09/2007

Paz

7 de setembro feliz!

À Pátria amada

Salve, salve. Como está? Melhorou?

As notícias que recebo de seus filhos não são boas, mas sei que você é forte e há de vencer mais essa. Tantas crises e traições seguidas devem estar abalando você, mas saiba que é amada, idolatrada e jamais será abandonada.

Pátria minha, posso ser sincera com você?

Você é rica, gentil e generosa, mas dá muita bandeira, por isso abusam da sua boa vontade. Aproveitadores prometem servi-la e roubam de seus cofres. Covardes juram protegê-la e atiram em sua gente pelas costas. Falam besteiras em seu nome, debocham de seus defeitos, sonegam o que lhe devem.

Por outro lado, você nunca esteve tão livre. Tão respeitada pelas colegas. Sua beleza e sua simpatia sempre foram reconhecidas, mas agora elogiam também sua inteligência e seu bom gosto. Copiam o que você veste, querem saber a fonte da sua energia, até depilam-se à sua maneira.

Portanto, querida, talvez seu problema seja mesmo de auto-estima. Você é virginiana, de 7 de setembro, certo? Então está sempre desconfiada e insegura. Não consegue tomar decisões e, muitas vezes, foge às responsabilidades.

Assuma, Pátria, que você é legal, mas vacila. Aprenda a punir quem abusa de seus favores e a tratar bem quem procura seus serviços. Afaste-se dos puxa-sacos e abrace seus desvalidos. Seus verdadeiros amigos não estão nos banquetes em sua honra, mas nos bobocas que calçam chuteira com você. A hipocrisia, maldita praga que seu ardor atrai, é a raiz dos seus problemas.

Mas, calma, tudo tem jeito, você já resistiu bravamente a dias piores. Quando nem se sabia quanto roubavam de você. Quando sujavam seu nome em porões de tortura. Quando seu dinheiro valia tão pouco que era motivo de piada.

E hoje, Pátria, você não carece de grandes atos de heroísmo, mas de pequenos gestos de respeito. Não precisa de novos salvadores, mas dos velhos sobreviventes. Inspire-nos a ver que não somos coitadinhos, somos até sortudos. Vemos tornados, terremotos e bombas terroristas pela televisão. Moramos de frente para a praia, com o mais verde quintal do mundo. Se temos a corrupção como mal encruado, que seja essa a nossa luta. A grande batalha que venceremos em seu nome.

Freud disse: "Primeiro, olhe bem as profundezas da sua alma e aprenda a saber quem você é; depois, entenda o que há de errado com você". Cazuza fez uma música dizendo a mesma coisa, lembra?

Por mim, você abandonava de vez esse positivismo cafona, que um dia lhe impuseram como lema. Não é pela ordem que seus filhos se destacam pelo mundo, é pela bagunça e festa. O progresso? Vem naturalmente quando se vive em paz, num ambiente fértil. Se é necessário um mote para completar a lacuna, que o escolham de onde sua alma se manifesta: nos pára-choques de caminhão.

Já imaginou? Você de verde e amarelo e, na faixa, em sua testa estrelada, escrito assim: "Não tenho tudo que amo, mas amo tudo que tenho". Ou simplesmente: "Existo porque insisto". É atrás da pompa dos palanques que se escondem seus inimigos.

Com amor,

Fernanda Young

Fernanda Young é escritora, roteirista e apresentadora de TV