17/05/2011

a empada e a saudade

Cheguei em casa e encontrei a empadinha de palmito, quentinha, que minha mãe guardou pra mim. Adoro empada. Enquanto saboreava, encantada, e sentia a massinha podre se esfarelando a cada mordida - exatamente do jeito que tem que ser - me lembrei do Zé Luiz.
Lembrei do Zé e da promessa que ele me fez de me dar uma empada de palmito.
Promessa que ele nunca cumpriu - e pela demora, virou piada.
E ele morreu sem cumprir a promessa.
"Negão fdp", penso.
E, imediatamente ao pensar nisso - ainda mordendo a empada - me dá um aperto de saudade do amigo, bem lá no fundo do peito.
E penso: ele deve estar dando aquela risada dele - aquela inconfundível, em que os olhos dele sumiam, de tanto que as bochechas subiam - deve estar rindo muito me vendo pensando na empada que ele nunca me deu, me vendo com a boca cheia de empada e pensando "Negão fdp".
Quem mandou morrer, fdp? Quem?

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