24/09/2011

É pedir demais?

É simples assim:
Uma mulher tem uma semana exaustiva no trabalho, não vê a hora de encerrar o expediente na sexta-feira.
Ok, depois do expediente da sexta ela vai ter aula: ao invés de ir descansar ela vai ter mais um turno de cansaço.
Tudo bem, ela resolve se permitir sair do trabalho, findo o expediente, e ir ao McDonalds comer um Cheddar McMelt - que ela adora - e batatas fritas com suco de maracujá.
Chega ao restaurante, faz a encomenda e se senta num cantinho do salão, para aproveitar aqueles momentinhos de paz antes de ir pra aula.
E eis que começa o circo de horrores.
Numa mesa a uns 15 metros de distância, um jovem casal com 4 crianças incrivelmente mal educadas perturba todo o ambiente. Eles não conseguem pronunciar nenhuma palavra que não seja um grito, uma agressão ao sossego de qualquer pessoa que também estava no mesmo ambiente - mesmo que a 15 metros de distância. "Por que essas crianças gritam tanto?", penso, e logo deduzo, pela simples observação, a resposta à pergunta que eu mesma recém formulara: as crianças gritam porque os pais também gritam: entre eles e ao se dirigirem às crianças. Eles não sabem falar num volume que se aproxime do razoável entre seres humanos normais. Eles só sabem gritar.
Incomodam todo mundo no ambiente.
Estorvam.
Irritam.
Por que, meu Deus? Qual a necessidade disso?
Juro que eu só queria um pouco de paz: um pouco de sossego para lambuzar os meus palitos de batata frita no creme de Cheddar derretido do meu sanduíche quentinho. É pedir muito?
Alguém vai dizer: nossa, que estressada! Afinal são só crianças!
Pois eu vou responder: sim, são só crianças descontroladas, indisciplinadas, mal educadas, insuportáveis. Deveriam estar enjauladas. Quiçá no Afeganistão.
Penso na música Cotidiano 2 do Vinícius: "Aí a criançada toda chega / E eu chego a achar Herodes Natural".
Penso em como meus pais me educaram para me comportar como gente nos lugares públicos. Por que será que essa moda acabou?
Eu só queria o meu direito a ter sossego.
É pedir demais?


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