15/01/2012

Ética para a vida

Quando fui aprovada no concurso público federal e assumi meu emprego, realizei um curso de "Ética no Serviço Público".
Ali eram abordados diversos temas - a maioria até parece ser de comportamentos bem óbvios, na minha opinião, mas, enfim, como esse mundo tá cheio de gente sem a menor noção das coisas, acho super válido relembrar que um funcionário público não deve roubar, se beneficiar de sua posição, se vestir como um(a) profissional do sexo etc. Também nos disseram, no curso, que a ética profissional deve se estender para além das 40 horas de trabalho, ou seja: quando nos tornamos funcionários públicos federais nós assim seremos reconhecidos 24 horas por dia, não importa se estivermos no trabalho ou não - é desejável pois que levemos princípios éticos para nossa vida particular, especialmente para eventos sociais e espaços de convívio público. Devemos zelar por nossa boa imagem e, mais que isso, pela boa imagem da instituição que representamos.
Dessa forma, "não pega bem" para um funcionário público ser visto embriagado e dando vexame num barzinho, falando alto e sendo vulgar, por exemplo.
Para mim isso tudo faz sentido. Creio que não só os funcionários públicos, mas todos os outros tipos de profissionais, deveriam ser convidados, ao ingressarem numa carreira, a observarem preceitos éticos no seu cotidiano. Já que esse senso ético não vem da formação familiar - o que seria mais lógico, na minha opinião - não custa que a organização onde ele desempenhará suas funções profissionais o convide a fazer essa reflexão.
Toquei nesse assunto por quê? Porque observo certos comportamentos que, a meu ver, são reprováveis - para dizer o mínimo.
As redes sociais são um campo fértil para esse tipo de observação. Não canso de me surpreender com certos posicionamentos que vejo. Do servidor público que reclama do brinde que recebeu da instituição no final do ano - porque sempre o compara com os mimos recebidos em outras organizações, da pedagoga que dá péssimos exemplos de comportamento, do padre que prega o preconceito. Acho tudo isso igualmente repulsivo e lamentável.
Por exemplo, lhes pergunto: como pode um padre, em seu perfil nas redes sociais, fazer piadinhas do tipo "o tamanho do decote V numa camisa determina o grau de homossexualidade de quem a usa", ou fazer observações do tipo "Hoje rezei 4 missas - #DiaTrash"? Sinceramente, isso não faz o menor sentido. Isso, a meu ver, é uma afronta. Uma afronta a ele próprio. E o pior é que não percebe…
Mas a sabedoria popular nos lembra que "é melhor ver certas coisas do que ser cego". Aceitemos pois a existência dessas bizarrices à nossa volta. Com apenas um alívio: o de não sermos obrigados a aprovar esse tipo de postura.


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