09/06/2008

tempo e jabuticabas

Recebi o texto abaixo da amiga Mara Donato, por email.
AMEI, de paixão!
E encaixou como uma luva em meu momento atual: ando muito reflexiva a respeito de meu futuro, pois sinto que em breve terei que tomar decisões-chave que mudarão meu rumo mais uma vez...
No fundo já está tomada a decisão: tudo começa a ter um olhar de despedida... A cada opinião que recolho me convenço um pouquinho mais de que estou pensando corretamente.
Tenho certeza de que Deus me iluminará - como sempre fez! - e que ao final tudo se assentará - mesmo que a curto prazo a tal decisão torne minha vida um tanto turbulenta. Por enquanto me delicio com esse texto ótimo - queria ter sido eu a tê-lo escrito!


SOBRE TEMPO E JABUTICABAS
(autor desconhecido)

Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui
para frente do que já vivi até agora. Sinto-me como aquele menino que
ganhou uma bacia de jabuticabas. As primeiras ele chupou displicente,
mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço.

Já não tenho tempo para lidar com mediocridades.

Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados.
Não tolero gabolices.
Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem
eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.

Já não tenho tempo para projetos megalomaníacos.

Não participarei de conferências que estabelecem prazos fixos para
reverter a miséria do mundo. Não quero que me convidem para eventos de
um fim de semana com a proposta de abalar o milênio.

Já não tenho tempo para reuniões intermináveis para discutir
estatutos, normas, procedimentos e regimentos internos.

Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas que, apesar
da idade cronológica, são imaturas.

Não quero ver os ponteiros do relógio avançando em reuniões de
'confrontação', onde 'tiramos fatos a limpo'.
Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo majestoso cargo
de secretário geral do coral.

Lembrei-me agora de Mário de Andrade que afirmou: 'as pessoas não
debatem conteúdos, apenas os rótulos'.
Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência,
minha alma tem pressa...

Sem muitas jabuticabas na bacia, quero viver ao lado de gente humana,
muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com
triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua
mortalidade e defende a dignidade dos marginalizados.

Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade, desfrutar desse amor
absolutamente sem fraudes, nunca será perda de tempo.

O essencial faz a vida valer a pena.

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