27/08/2011

Rica e feliz

Dias atrás escrevi - já nem lembro onde nem quando, entre tantos posts, notas, tuites da vida - que a felicidade também está em nós quando nos percebemos importantes na vida de alguém.
Parece tão óbvio, mas não é. Não é mesmo. Digo isso porque não estou me referindo àqueles momentos em que os amigos ou familiares nos abraçam, nos beijam, nos felicitam por alguma data especial etc.
Claro, isso também constitui nossa felicidade. Mas não é sobre isso que estou me referindo agora.
Me refiro à sensação de completude que experimentamos ao descobrirmo-nos importantes na vida de alguém que amamos em momentos inusitados, ou seja, quando nem sequer poderíamos supor estarmos sendo lembrados ou reconhecidos.
Ou - também - me refiro a quando realmente nos sentimos importantes e participantes em algum acontecimento valoroso - que pode inclusive passar desapercebido a outrem.
Exemplifico pra tentar ser um pouquinho menos confusa:
A felicidade, o orgulho e a emoção que senti ao encontrar meu nome na lista de agradecimentos do CD do meu amigo André de Souza. Nunca fiz nada que a meu ver justificasse essa deferência. Me senti verdadeiramente feliz ao perceber que a minha amizade por ele -sincera e desinteressada - estava sendo eternamente agradecida ali, naquele registro em uma obra de arte. Chorei. No trabalho. No meio da tarde. Jamais poderei retribuir à altura a sensação de plenitude que vivi ali naquele momento.
Outro exemplo: Dia desses dois amigos antigos - do comecinho da década de 90 - e que há uns bons anos não tinham contato entre si, se reencontraram por meio da minha página do Facebook.
Eu sempre fui amiga dos dois, mas naquela época em que éramos jovenzinhos estudantes do Álvaro Guião, os dois eram, entre si, MELHORES amigos. Convivi com a melhor-amizade deles: eram cúmplices, confidentes, amigos-irmãos desses que se leva pra casa e se apresenta à mãe, com quem se divide o último pedacinho do chocolate favorito etc.
Pois bem, por esses desígnios incompreensíveis da vida, os dois seguiram seus caminhos, se realizaram pessoal e profissionalmente, cresceram - mas afastados.
E eis que se reencontram, por meio de uma postagem na minha página do Facebook.
Fiquei ali, abobada, rindo sozinha ao assistir ao reencontro dos dois. Me emocionei.
Eu não consigo descrever a minha felicidade: me senti realmente importante. Me senti um elo. Me senti extremamente bem.
E é esse sentimento sublime que dá real sentido à nossa vida. Nos faz sentir úteis e importantes. Isso eu chamo de felicidade.
Há pessoas que passam a vida tentando "se realizar" por meio do carro do ano, do emprego que dá status, poder e visibilidade, do sapato de grife, da bolsa que custa um salário mínimo… Estão perdendo tempo deixando de prestar atenção em pequenos fatos tão mais simples, e que proporcionam um sentimento de felicidade e realização tão mais verdadeiros.
Serão sempre pobres, por mais bonitas que sejam suas casas e suas roupas.
Pobres e infelizes.

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