19/02/2012

Cuidando da própria vida

Com o tempo fui aprendendo que é bom se preservar. Não é bacana falar tudo sobre a sua vida para todos. Eu tenho muitos amigos, inúmeros colegas e conhecidos. Mas são pouquíssimos aqueles com os quais realmente me sinto à vontade para dividir acontecimentos importantes da minha vida, especialmente meus projetos futuros. Aprendi isso da pior forma: sentindo na própria carne a frustração de coisas planejadas não darem certo, simplesmente por ter gente que não é de confiança cobiçando aquilo, olhando torto, comentando o fato com seus próprios amigos - gente que muitas vezes não tem nada a ver comigo e que, portanto, aos quais não faz o menor sentido saber de coisas da minha vida. Existe, sim, gente negativa, energia negativa, pensamento negativo. E precisamos, para nosso próprio benefício, aprender a separar o joio do trigo.
Foi assim que comecei a separar as coisas. Relações profissionais (de prestação de serviço) não tem que ser relações de amizade, por mais cordiais que sejam. Por exemplo, a esteticista não precisa saber que eu troquei de carro. A manicure não precisa saber que fui promovida.
Minha vida começou a fluir bem melhor diante dessa simples mudança de atitude de minha parte. E, seguindo esse raciocínio, foi bem fácil dar o próximo passo: deixar de atualizar os amigos não tão chegados com as novidades da minha vida.
No entanto, como nem tudo são flores, vez ou outra me decepciono com certos acontecimentos.
Como explicar, por exemplo, que uma amiga não tão próxima esteja sabendo de algo muito íntimo sobre mim, se eu não contei nada pra ela? Será que ela tem bola de cristal? Claro que não…! Se ela está a par de algum acontecimento que eu não dividi com ela, é porque ALGUÉM a atualizou com os fatos.
Isso quer dizer que, alguém que eu considerava de minha confiança, e com quem dividi alguma intimidade minha, andou exercitando a fofoca. Andou falando sobre a minha vida com outras pessoas - muito provavelmente por não ter nada muito interessante sobre a sua própria vida para compartilhar… Vidinhas vazias e desinteressantes são uma desculpa perfeita para falar sobre a vida alheia… São os vampiros emocionais: sugam nossa energia vital por não serem capazes de viver plenamente suas próprias vidas desinteressantes, tornando-as minimamente interessantes!
Triste isso. Muito triste, de fato.
Não vou brigar, não vou discutir, não vou chegar para o(a) fofoqueiro(a) e chamar-lhe a atenção para esse comportamento tão inadequado - isso é coisa que se aprende na infância e em família. Não cabe a mim ficar dando a marmanjo diretriz de comportamento minimamente adequado. Se o(a) fulano(a) não aprendeu isso com o pai, a mãe, a escola primária… Se não conseguiu aprender enquanto era criancinha e podia cometer esses erros primários, não é depois de velho(a) que vai dar importância a algum conselho meu… Aliás, quem sou eu pra aconselhar alguém sem ser consultada?
O que eu vou fazer, simplesmente, é deslocar essa pessoa - antes de total confiança para mim - para o rol dos com quem simplesmente não compartilho meus sentimentos.
É triste. Mas necessário.
Quem sabe um choque de realidade abra os olhos dessa pessoa?
E quem sabe assim deixarei de passar por situações desagradáveis e constrangedoras, como a de ter que responder ao conhecido curiosidades sobre algum feito meu que eu não tinha a menor intenção de que fosse de seu conhecimento?
A gente vai aprendendo com a vida.
Rupturas, por mais doloridas que sejam, são muitas vezes necessárias.
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