28/06/2007

Edvaldo


Eu adoro o Edvaldo Santana.
Desde muito tempo, quando tomei contato com a obra dele - ainda na época de minhas andanças pela rádio Universitária, quanto tempo faz isso?? - vira e mexe eu me impressiono com alguma letra dele. Na maioria das vezes são impactantes pra mim. Além das letras inteligentíssimas, acho fantástica a mistura de blues com os ritmos brasileiros. Uma coisa que só o Brasil pode produzir.
A única lembrança que eu tenho e não é muito boa, relativa ao Edvaldo, é que ao pegar um autógrafo dele aqui em Sanca, num show no SESC, ele acabou levando minha caneta. Mas a culpa não foi dele, e sim minha. Mas toda vez fico lembrando da caneta (porque ela também tinha um significado especial)... Enfim, isso também já é outra história - espero pelo menos que a caneta tenha ficado com ele...
E hoje de manhã ouvi no rádio uma música que me chamou a atenção. Uma cantora interpretava o blues. Cheguei na PMSC e fiquei uns minutos dentro do carro só pra esperar a informação de quem cantava e de como chamava a música. Quando a locutora anunciou, BINGO! Até esqueci o nome da cantora, porque fixei no nome do autor: Edvaldo Santana. E aí eu pensei: "lógico que tinha que ser dele".
Aí fiz uma pesquisa pela internet até achar essa letra - e foi difícil de achar, porque o site oficial do Edvaldo infelizmente não é tão completo assim. Uma grande pena, porque a obra dele é maravilhosa e deveria estar mais disponível.
Eu ia retirar da letra apenas as frases com que me identifiquei, mas resolvi deixá-la inteira. Achei uma judiação mutilar uma canção como essa.
Então, àqueles que não conhecem, deliciem-se com Edvaldo Santana.



VIRALATAS

Liberado para o mundo, viralata do ocidente
Sem coleira, sem dinheiro, com um coração bem quente
Meu cabelo no outono toma sol pelo poente
Pra entrar sou clandestino, pra sair fico doente
Vou atrás atalho afora, do que tem a luz intensa
Que motiva meu desejo, que me faz pedir sua benção
Me dedico se possível sem pensar na recompensa
Sou daqueles que acreditam na paixão e na ciência
Vou beber mel pela fonte por onde meu faro alcança
Pra entender o que se passa entre a paz e a vingança
Minha arte não tem preço minha busca não se cansa
Eu sou bicho do mato com olhar de criança
Nessa vida eu agradeço os desenganos
Meu violão tem a poeira dos ciganos
Nessa vida eu agradeço os desenganos
A minha voz traz a franqueza dos hermanos
Atravesso a fronteira, meu amor, uma luz tá me chamando
Rosa, Dália, Alecrim, espalhados no jardim
Afro-tupi-guarani, esta história não tem fim...


Viralatas, do CD Amor de Periferia, de Edvaldo Santana

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