15/06/2007

Hasta pronto, Córdoba.


“Uma cidade muito fria, mas com um sol maravilhoso e acolhedor”. Foi com essa frase que a companheira Márcia Gomez, da prefeitura de Belo Horizonte, descreveu a cidade de Córdoba quando usou da palavra no evento de hoje. E realmente Córdoba se mostrou assim... Ensolarada, de céu limpo, limpa, linda. E fria! Quando o avião se aproximava ontem ninguém a conseguiu ver. Parecia que ela estava se escondendo para se mostrar só de pertinho. Uma tática de sedução? O comandante da aeronave advertiu: “senhores passageiros, a temperatura em Córdoba é de 8 graus” – nada mal para quem havia embarcado em Guarulhos logo cedo com uma temperatura de quase 20 graus!! Logo na chegada, a recepção calorosa me fez ver que essa é uma cidade especial. Chegando ao hotel, o ritual de praxe: olhadinha pela janela. E qual não foi minha surpresa ao deparar-me com uma vista deslumbrante. O meu apartamento ficava exatamente com a janela na confluência de duas ruas muito movimentadas: Boulevard Sán Juan e Av. Velez Sarsfield. Bem em frente ao Pátio Olmos, um shopping center instalado num prédio histórico. Esse aí da foto.
O funcionário da prefeitura, meu colega de RRII, foi me buscar e andou comigo as 5 quadras que separam o hotel do cabildo histórico, onde se realizou o evento. Muito boas impressões.
A noite de ontem foi bem cruel, porque o vento e a garoa diminuíram em muito a sensação térmica dos anunciados 5 graus (caíram 4 desde minha chegada!). E ouvi uma moça dizer: “ nem parece que até ontem estava uma onda de calor!!” E hoje de manhã, enquanto espreguiçava na cama sob os cobertores e dentro do quarto climatizado e quentinho do hotel, ouvi perplexa pelo rádio que a temperatura era de 2 (sim: dois) graus!! Uyyyyy.
Pois bem, mas además del frio – ou até mesmo por causa dele-, levo muito boas impressões da cidade. A gente daqui é bem acolhedora – com exceção de algumas vendedoras de loja do shopping, que achei uns nojinhos, mas isso deve ser da profissão, porque muitas no Brasil também são assim. A preocupação com a preservação histórica e patrimonial é tocante. O respeito que os argentinos têm pelo Brasil e pelo PT já me haviam encantado desde 2005, em Rosario, e agora se confirmaram. Também se observa um certo fascínio pelo Brasil por parte de quem nunca esteve visitando nosso país. É curioso observar essas coisas.Uma pena que a minha estada aqui tenha sido tão breve. Queria ter andado mais pelas ruas do centro, cheias de prédios históricos convidativos. Ao pessoal da prefeitura daqui, só tenho elogios. Uma organização perfeita – nunca esquecerei da acolhida no aeroporto e do cuidado que tiveram comigo o tempo todo.
Observei coisas engraçadas aos nossos olhos brasileiros, como o fato de no shopping Center haver muito – mas muito mesmo! – mais quantidade de lojas de roupas masculinas do que femininas. Outra coisa: a motorista que me levou no traslado desde o hotel até o aeroporto agora à noite, é um exemplo de como eles estão mais evoluídos do que nós em certas questões de gênero. Eu comentei que no Brasil é raro ver mulheres desempenhando a função de motorista, e ela logo me chamou atenção para os ônibus que passavam ao lado. Muitas motoristas mulheres. Me disse inclusive que a empresa de trólebus só emprega mulheres para essa função.
E foi assim, com os olhos cheios das cores das árvores, das ruas e do claro azul do céu limpo de córdoba, com o coração cheio da amabilidade das pessoas que conheci, com a pele ardendo do vento frio que me beijou enquanto o sol me acariciava os cabelos, com o sabor das frutas diferentes e dos multi-tipos de alfajores que provei (achei um de damasco, uma delícia!), com os ouvidos repletos da musicalidade – para mim inédito – do sotaque dos cordobeses, foi assim com a sensação da limpeza impressionante do aeroporto – acarpetado e silencioso, com o banheiro perfumado como o de um quarto de hotel de luxo -, limpeza essa que me fez lembrar como é encardido o shopping Center de São Carlos (risos) , foi assim que me despedi de Córdoba, esperando um dia poder retornar a passeio, ver com mais detalhes o que já vi e descobrir o muito que ainda me faltou ver.

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