06/03/2009

o último pôr-do-sol


Eu entrei lá no apartamento, molhei as plantas e dei uma boa olhada em tudo... Me perguntei novamente "onde foi que nós nos perdemos e pusemos tudo a perder?". Chorei um pouco. Senti saudades. Senti vontade de implorar por mais uma chance. Logo percebi que estava sendo ridícula e que quando a gente é rejeitada não tem que ficar implorando. Tem mesmo é que se conformar e procurar melhorar (quem sabe um dia a gente consegue não ser tão repulsiva a ponto de não ser rejeitada, afinal?). Olhei de novo pra tudo. Pra cada objeto como o tínhamos disposto. Tudo esperando. Incansavelmente esperando.
Pensei no paradoxo dos meus sentimentos... Ao mesmo tempo em que gosto tanto daquilo, tudo aquilo não tem a MENOR importância diante da grandeza do meu amor. Tudo aquilo se torna tão supérfluo, tão banal...
Pensei que se Deus descesse à minha frente e me perguntasse: "você pode abrir mão desse capricho pra ter seu amor de volta?" eu responderia, contendo-me para evitar uma das minhas risadas sarcásticas (porque a gente não deve ser sarcástica com Deus, né? Mesmo se ele fizesse essa pergunta tão óbvia!), pois eu responderia: "É CLARO que eu posso! É tudo que eu mais quero na minha vida! É tudo que me faria 100% e plenamente e absolutamente feliz!".
Quando esperava pelo elevador, já de saída, olhei pela janela e vi o pôr-do-sol. Lindo. Pensei que era Deus, querendo me dizer alguma coisa. Me dando um presente, talvez. Como às vezes a minha mãe faz, ao sentir que estou triste, tentando me distrair da minha tristeza e demonstrar, do jeito dela, que ela está comigo. E que ela se importa comigo. Olhei para o presente de Deus. Senti vontade de fotografá-lo e pensei, num lampejo "pode ser a última vez que o vejo, assim..."
Acho que eu estava certa...
Isso tudo aconteceu ontem 05/03.
Lá pelas 18h30.
Bem agora, enquanto escrevo esta mensagem, tudo já deve ter mudado de lugar.

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