05/10/2007

Alma Lavada!

Um show de lavar a alma! Foi essa a sensação que me deu ontem depois que tive o prazer de rever o Lenine, dessa vez no SESC de Araraquara. Afora a companhia de amigos queridos - Ré, Ju, Leine e Tiago foram comigo, além da minha irmã Mariana - o show em si foi um arraso, contemplando músicas de todos os CDs anteriores e me fazendo lembrar de muitas passagens da minha vida. O Lenine é um ser iluminado. Ao se deparar com a sua incrível presença de palco e com a não menos incrível entrega que ele tem ao seu público durante o show, certamente mesmo quem não seja fã dele acaba se apaixonando. Foi assim com a gente no século passado - eu e essas mesmas amigas! - quando fomos ao "Cinco no Palco" só pra ver o Paulinho Moska e acabamos arrebatadas por ele, pelo Zeca, pelo Chico e pelo Suzano. Mas, no meu caso, principalmente por ele e pelo Zeca. Lembro-me de ter saído no dia seguinte ao do show, minha mãe a tiracolo, eu desesperada à busca do CD do Lenine ("O dia em que faremos contato"). E o CD estava esgotado em São Carlos, tamanho o sucesso daquele Projeto lindo e que infelizmente teve vida tão curta. Tive que esperar uma semana inteirinha antes de ter o CD em minhas mãos. E quando isso aconteceu, abriu-se diante de mim um mundo gigante: tamanha a imensidão de cultura que a gente encontra em cada uma das letras desse homem. É como uma coceira: você começa a ouvir Lenine e se inquieta: quer ir atrás de toda a obra dele e de todas as (muitas!) referências que ele coloca em sua obra. Foi assim que busquei Jackson do Pandeiro, Caju e Castanha, Lula Queiroga e tantos outros (que depois me levaram a outros tantos). E depois disso várias foram as emoções vividas tendo um desses FAB FIVE envolvidos, mesmo que tenham servido apenas de trilha sonora - mas muitas vezes foram coadjuvantes e até mesmo protagonistas. Minha amizade com a Ré certamente se aprofundou muito depois de termos ido ao famoso show do Reveillon que o Zeca Baleiro fez na chácara do Ulisses - com Mandinga abrindo. Minha própria condição de "Mandinguete" - e posteriormente minha amizade sincera com o André - teve sim a influência dos Cinco, que nos "arrastaram" para dentro da Rádio Universitária (e a Rádio Universitária nos trouxe o Décio!) e também para os shows do Mandinga nos barzinhos que fizeram capítulos de nossa história (Oficina de Arte, BarBar, Ócio, Armazém, DCE, CAASO... quantas saudades!) E o Eduardo Castro? Quem há de negar a importância das fotos que ele havia tirado no show dos Cinco em nossa aproximação? Lembro-me como se fosse hoje o dia em que o "Olho de Peixe" do Lenine praticamente "caiu no meu colo" pra que eu o comprasse (isso depois de o termos procurado, as Tuddys e eu, em todos os locais possíveis e imagináveis, inclusive pensando em importá-lo do Japão via internet). E aí o Lenine explodiu na mídia. E virou tema de novela da Globo. E virou sucesso nacional. E veio a São Carlos fazer um show onde não atendeu ao público - e nós ficamos decepcionadíssimas, acostumadas que estávamos a abraçá-lo, beijá-lo e receber os seus famosos "cheiros" típicos da cultura do Recife. E então viajou novamente o mundo todo. E virou produtor - responsável inclusive pelo belíssimo CD "Segundo" da Maria Rita Mariano. E quando a gente pensava que aquele Lenine de outrora já não passava de uma lembrança boa, eis que ele surge com o show de ontem. Logo na primeira canção já voltou a ser o "nosso" Lenine: espirituoso, talentoso, carismático, arrebatador... PLENO! Enfim, quando o assunto é Lenine, sempre sobra emoção. Sempre sobram lembranças boas. Sempre dá uma sensação gostosa e quentinha dentro do peito. E a gente sai do show exatamente assim... DE ALMA LAVADA!

Um comentário:

Lu disse...

Tuddys,

Quando eu crescer eu quero saber traduzir sentimentos em palavras igual a você.
Obrigada por me trazer recordações tão especiais.
Beijo,
Lu