31/10/2007

Massa de manobra

Uma tristeza a situação a que chegou o impasse entre alunos x reitoria lá na UFSCar.
Incrível.
Fiquei triste hoje de manhã, ao ouvir declarações de uma aluna e do reitor na Rádio Intersom.
Eu já estava bem triste, pois tenho acompanhado tudo de longe - as notícias chegam via mailing de ex-alunos e tudo que acontece na "minha" universidade sempre me interessa bastante.
Eu penso: ora, bolas, sempre lutamos para que as universidades públicas acolhessem mais alunos e tivessem mais opções de cursos noturnos, para atender justamente àqueles que mais necessitam, e quando surge uma oportunidade dessas, ao invés de agarrá-la com as duas mãos vamos deixá-la escapar por entre os dedos?
Dá uma sensação de frustração e de impotência. Frustração porque luta-se, luta-se, luta-se... e quando surge uma oportunidade de vitória, age-se como um grupo de pessoas que está "batendo a cabeça entre si mesmos". Impotência porque se os próprios alunos, que se dizem tão engajados mas que não vêem que estão sendo usados como massa de manobra pelos funcionários da universidade, é porque estamos muito mal mesmo.
Explico: pela primeira vez temos reeleito um governo democrático popular no Brasil, afinadíssimo com a chapa que está eleita para a reitoria na UFSCar. Afinadíssimo com os interesses que sempre tivemos, enquanto cidadãos de esquerda, enquanto cabeças pensantes das universidades, enquanto idealistas. O governo e a direção das IESs são, pela primeira vez, parceiros. Trabalham juntos. Trilham a mesma direção.
Aí surge um grupo de pessoas - um amigo jornalista da cidade os definiria como a "turma do quanto pior, melhor" - pessoas que, só pelo gostinho de serem de uma chapa de oposição, só pelo gostinho de militarem na oposição, acabam "dando um tiro no próprio pé" e tentando boicotar um projeto sério, como é o REUNI, sem sequer o terem lido, sem sequer saberem no que implicará.
Isso porque, pelo que consta, houve diversas oportunidades e instâncias de discussão e informação, em que toda a comunidade universitária foi convidada a participar, opinar, debater e auxiliar na confecção da proposta.
Enfim, eu poderia ficar aqui escrevendo "um tratado" sobre tudo o que eu acho, mas no momento só tenho a intenção de externar minha TRISTEZA.
Tristeza pelos nossos jovens que se deixam manipular acreditando que estão fazendo um belo papel.
Pobrezinhos! Deveriam ao menos respeitar a luta de tanta gente séria que os precedeu, ao invés de rasgarem todas as bandeiras de luta.
Queria que percebessem o quanto são egoístas, pois estudam em uma universidade pública de qualidade e querem impedir, com seus atos, que muitos outros jovens tenham a mesma oportunidade que lhes foi oferecida.
Uma pena!

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