05/12/2008

Deglutindo a falsidade

Já aconteceu há alguns dias, mas eu estava digerindo a decepção (indignação) antes de tecer qualquer comentário.
Detesto gente falsa. Abomino. Acho que a falsidade é a pior forma de falta de respeito ao próximo que existe.
A pior faceta da falsidade é que o falso subestima a inteligência do outro.
Acredito (e respeito) o sagrado direito do Livre Arbítrio, pelo qual a pessoa decide se quer ou não relacionar-se com outras, se quer ou não cultivar amizades, se quer ou não estabelecer laços de afeto. Seguindo o mesmo raciocínio, cada um decide se quer ou não atender ao telefone quando um amigo liga - mesmo porque são respeitáveis as situações em que se está fazendo outra coisa: ninguém é obrigado a estar disponível quando alguém liga, isso é plenamente compreensível na rotina que temos hoje.
Mas o que dói são situações como a que me ocorreu. Após essa tentativa de contato, estar ao lado de uma terceira pessoa quando aquela com quem se tentou falar liga (para a terceira) - horas depois de sua tentativa de estabelecer o primeiro contato. Até aí, tudo bem. Só que, 2 dias depois de minha (tentativa de) ligação, recebi uma cínica mensagem desse remetente, dizendo que passara 2 dias fora de casa e por isso "só viu minha mensagem tarde da noite, ficando sem jeito de ligar etc". Em casos assim, você percebe nitidamente que a pessoa não quis falar com você - tudo bem, direito dela - mas o que ofende é a desculpa esfarrapada. A mentira que, antes de ser contada, pela sua simples presença ao lado de quem recebeu a outra ligação, já estava desmascarada. A troco de quê a desculpa esfarrapada? Se tivesse ficado em silêncio - simplesmente sem responder à minha ligação - eu teria respeitado e em hipótese nenhuma acharia ruim por não termos nos falado. Mas a mentira é o que magoa. Subestimar a minha inteligência - e os meus sentimentos - é o que magoa.
Mas é bom que eu passe por esse tipo de situação.
É bom porque, muitas vezes, essa minha ingenuidade de confiar e acreditar cegamente em pessoas que mal conheço (a bem da verdade), essa mania que tenho de achar que todo mundo é bonzinho, sincero e amigo... Essas minhas manias me irritam profundamente. Porque, no final das contas, a magoada sempre sou eu. Os falsos deitam suas cabeças em seus travesseiros e dormem o mais plácido dos sonos.

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