Acho que li em algum canto - ou vi alguma matéria na TV, ou filme, ou qualquer coisa que logicamente não vou lembrar ao certo agora - depoimentos de pessoas que em algum momento tomaram contato com outras (estas últimas conhecidas ou não) que simplesmente lhes acrescentaram um toque de luz e de leveza num momento de indecisão, tristeza ou qualquer sentimento não tão bom.
Eu sempre acreditei nisso, porque também identifico presenças angelicais em meu caminho. Não só em momentos tristes, mas nos alegres também! Acho inclusive que essa manifestação angelical é mais difícil de ser identificada nos momentos alegres, mas que ocorrem, ocorrem, é só prestar atenão e ter sensibilidade pra perceber (mas isso já é outro assunto!).
Quando não estamos 100% alegres, é natural que a família e os amigos mais próximos queiram nos alegrar, nos tranquilizar(olha!! lembrei de escrever sem trema!!!), nos fazer sentir melhor. Mas a "manifestação angelical" a que quero me referir é aquela conversa que a gente tem com pessoas não necessariamente tão próximas, que na maioria das vezes nem sabem que estamos nos sentido tristes naquele dia e que, em algum momento da conversa, nos dizem algo que nos faz sentir incrivelmente bem.
Não sei se consigo me fazer entender, mas vou tentar exemplificar criando uma situação hipotética.
Maria está triste porque teve algum descontentamento na família. Pensa muito em sua tristeza, até desabafa e conversa com os amigos mais próximos, mas, com inteção de não se expor nem de "misturar as estações" evita comentar o assunto no seu ambiente de trabalho. Numa conversa informal na sala de café, falando de banalidades, Eugenia - uma colega de trabalho que não tem intimidade maior com Maria além de "bom dia", comunicação normal de trabalho e poucas palavras trocadas em confraternizações - comenta sobre um documentário que assistiu na TV e de alguma maneira, com o desenrolar da conversa, acaba passando a Maria algum pensamento que lhe serve de bálsamo para a situação que ela está enfrentando. Maria sai da conversa renovada. Eugenia provavelmente nunca saberá o bem que fez a Maria, mesmo porque nem imagina o problema que a família dela está atravessando.
Eu identifico em Eugenia o anjo bom que, naquela tarde, mudou o estado de espírito de Maria.
Pois bem, nessa semana refleti muito sobre isso.
Considero que muitos anjos têm passado por mim e me ensinado a ver as coisas por diversos ângulos. E isso não é de hoje, não...
O mais interessante é que esses toques angelicais geralmente vêm de onde menos se espera: de pessoas totalmente desconhecidas ou mesmo daquelas com quem nem simpatizamos muito...
Dá pra ficar pensando muito sobre isso.
E dá também pra gente ficar imaginando se porventura, em algum momento de nossa vida, não servimos nós mesmos de pontes para transmitir as mensagens dos anjos aos outros. Ou seja, será que nossas palavras, por mais desprentesiosas que sejam, também já não serviram de bálsamo pra alguém?
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